sábado, 16 de novembro de 2019

Capítulo 14 – Não me toque! - Livro: O livro do amor para os corações solitários

Livro: O livro do amor para os corações solitários

Capítulo 14 – Não me toque!



            Mais ou menos na metade do ano de 2003, Dezones e Ralph, meus amigos de cursinho, resolveram mudar de classe. Achavam que a classe estava muito indisciplinada e queriam conhecer novos ares. Eu relutei um pouco em mudar, visto que eu gostava muito do pessoal que, por incrível que pareça, eram meus antigos Bullies (conforme expliquei no capítulo anterior). Por fim, acabei mudando de classe também, onde conheci uma outra turma de amigos muito especial, amizade que dura até os dias de hoje.
            Logo nos primeiros dias, uma garota chamada Jenny, a qual Dezones começou a fazer amizade, chamou a minha atenção. Era hora do término das aulas, Jenny deu um beijo de despedida em Dezones e me perguntou se eu queria um beijo também. Claro que eu aceitei! Dezones, posteriormente, comentou que Jenny disse a ele que ela havia me achado muito simpático. Assim, com todas essas vantagens ao meu favor, comecei a me aproximar de Jenny e acabei me apaixonando por ela. Achei que estaria nascendo, ali, um grande amor. Infelizmente, as coisas não ocorreram da maneira que eu estava imaginando.
            O beijo que Jenny me deu, que acabei de relatar, me deu uma falsa ilusão de que ela era uma pessoa muito carinhosa, assim como Pam. Mas ela não era, nem um pouco! Nem mesmo algumas “cantadas” um pouco mais ousadas, sem faltar com o respeito (o que eu acho algo muito saudável e imprescindível para o desenrolar de um relacionamento), Jenny não gostava. Aliás, era muito difícil achar algo que Jenny realmente gostasse. A impressão que eu tinha era que ela não gostava de nada. Nada mesmo! Até que um dia Jenny me disse que gostava da música “Soldier of love”, gravada pela banda Pearl Jam. Eu nunca gostei muito da banda, mas eu conhecia a música, pois os Beatles também chegaram a tocar a mesma (ao vivo na rádio BBC). Então, naquela mesma noite, tive uma ideia: vou tirar “Soldier of love”, levar o violão na escola e tocar a canção para Jenny. Seria algo muito romântico, sem dúvida nenhuma. Assim, chegando em casa tarde como sempre (após 23h00), resolvi tirar a música no violão. Deu trabalho, fui dormir tarde por causa disso. Algo muito ruim, pois eu teria que acordar cedo no dia seguinte, para trabalhar.
            No dia seguinte (ou melhor, na noite seguinte), cheguei todo “animadão” na escola, com o meu violão, achando que iria arrasar e, finalmente, conquistar Jenny de uma vez por todas. E nada de Jenny aparecer. Procura daqui, procura dali e finalmente resolvi perguntar para uma amiga minha o paradeiro da minha amada. “Jenny não vai vir hoje”, foi a terrível resposta! Meu Deus! Me senti a pessoa mais desgraçada da face da Terra! Confesso que, o que mais me incomodou, mais do que a falta de Jenny, foi o fato de eu ter ficado até tarde da noite, ensaiando a música! Todo o meu esforço foi em vão! Aquilo era inacreditável!
            Devo confessar que, de todas as minhas paixões, Jenny foi a que menos me deixou saudade. Foi a que me causou maior sofrimento, ansiedade e até mesmo um pequeno início de depressão. Porém, preciso deixar muito claro que estou me referindo ao campo dos relacionamentos, pois Jenny jamais falhou comigo como amiga. Uma garota maravilhosa, que tinha muita consideração por mim e que, muitas vezes, escrevia nos meus cadernos, às escondidas, coisas muito bonitas em minha homenagem. Talvez Jenny até mesmo sentisse alguma atração por mim, porém não conseguia se exprimir, por causa da sua forte personalidade. E, não posso deixar de admitir que, por mais que eu tentasse, eu deveria realmente ser um pouco mais ousado na minha aproximação com Jenny. Lutar verdadeiramente pelo meu amor! Luta que não teve necessidade com Pam, onde tudo aconteceu de maneira muito fácil, sem um esforço considerável de minha parte. Talvez Pam, de maneira inocente, tenha me deixado um pouco mal acostumado...

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