domingo, 15 de dezembro de 2019

Capítulo 18 – Sobre a minha morte... - Livro: O livro do amor para os corações solitários


INTRODUÇÃO (Leia, muito importante):

            Em primeiro lugar, muito obrigado pelos acessos, que já estão passando de... Nossa, já perdi a conta... Muito obrigado (mesmo) pelo carinho!

          Muitas pessoas estão com "medo" do Blog, imaginando que, em minhas narrativas reais, eu possa estar citando algum fato constrangedor a respeito das mesmas (afinal, quase todos os meus amigos são personagens). No entanto, mesmo se eu citasse algo de ruim, todos os personagens estão com pseudônimos, ou seja, com a identidade preservada. Mas aceito opiniões e críticas, caso ocorra algum problema.

            O Blog "Grass Valley Memorial" tem como seu principal objetivo a publicação de obras pessoais e de amigos.
            A quarta obra a ser publicada no presente blog é "O livro do amor para os corações solitários", de minha autoria. A mesma está em processo de produção. A narrativa apresentada no livro é 100% real e, portanto, os nomes verdadeiros dos personagens foram substituídos por pseudônimos, no intuito de preservar os mesmos.
            Qualquer blog que se preze só se mantém ativo através da postagem de comentários (opiniões, críticas, etc) das pessoas que acessaram o mesmo; quando não ocorre a referida participação, a tendência é que o proprietário do blog (neste caso, eu mesmo) não se sinta mais motivado em manter o mesmo em atividade.
            Portanto, não deixem de postar a sua opinião, mesmo que você não seja (ainda) personagem participante dos livros apresentados. E se você já escreveu algum livro e tiver vontade de publicá-lo neste modesto blog, não hesite em pedir. Será uma honra! Bom divertimento a todos.

Livro: O livro do amor para os corações solitários

Capítulo 18 – Sobre a minha morte...



            Meu nome é Billy Winston... Nasci na cidade de Unborn... Não, não adianta procurar no mapa mundial, vocês não irão achar a localização... No momento em que escrevo estas linhas, estamos no ano de 2073... E eu estou com 98 anos de idade... Gostaria muito de poder dizer que estou casado com Amy, mas acabamos seguindo caminhos diferentes... Seu paradeiro é desconhecido agora...
            Apesar da idade avançada, gozo de uma excelente saúde e, apesar de todos os transtornos de minha existência, continuo a amar a vida da maneira como eu sempre amei. Nada mudou nesse sentido. Sei que a morte é inevitável para todos, mas realmente não tenho nenhum pouco de pressa em deixar esse mundo. No entanto, quando o fato acontecer, que seja de maneira natural, e não o fruto de um suicídio, como muitas pessoas procedem. Sempre fui totalmente contra o suicídio, até mesmo por questões religiosas (que não vem ao caso comentar aqui). Apesar de todas as campanhas contra o suicídio, é assustador notar que, muitas vezes, elas são ineficazes: muitas pessoas (inclusive jovens) insistem em atentar contra a própria vida. E qual o real motivo dessa atrocidade? Qual a verdadeira natureza do suicídio? Vou explicar...
            Percebam que, na maioria das vezes, o suicídio está intimamente ligado com um estado de depressão profunda. E não venham dizer que depressão é frescura, falta de Deus e coisas do tipo: depressão é uma doença muito grave, que requer tratamento e acompanhamento. A depressão faz com que o suicida tenha uma espécie de confusão mental e não enxergue as coisas de maneira muito clara. Óbvio, se ele enxergasse as coisas de maneira clara, utilizando a razão, ele jamais cometeria o suicídio. Ele conseguiria perceber que tirar a própria vida é algo totalmente errado. Enfim, no estado de depressão, o suicida não consegue identificar algumas ideias muito importantes e verdadeiras, coisas realmente fundamentais para a manutenção da vida. E, que coisas são essas? Vamos aos fatos...
            Vamos supor que você, em um estado de depressão ou não, resolva cometer o suicídio. Uma atitude muito inútil, diga-se de passagem: você tem que ter em mente que o mundo não vai deixar de ser mundo pelo fato de você ter cometido um suicídio. Claro que não! O sol vai continuar brilhando como sempre, as flores e as árvores continuarão se desenvolvendo como sempre fizeram, as crianças vão continuar nascendo... O mundo não vai mudar! O que vai acontecer, sem dúvida nenhuma, é uma grande comoção por parte de seus amigos e familiares. O luto será até mais longo para alguns e, infelizmente, pode até acarretar uma certa depressão. Porém, quando o referido período de luto terminar (e vai terminar, com certeza), apesar da saudade, as pessoas que te amavam vão continuar “tocando” a vida, como sempre fizeram. Ninguém vai deixar de continuar vivendo porque você se suicidou. E nem poderiam: as pessoas precisam trabalhar para se sustentar e pagar as suas contas e, até mesmo, continuar cuidando das pessoas que elas amam (pais, avós, filhos, etc). Ou seja, a fazer o que, muitas vezes, o suicida não conseguiu realizar em sua existência. Não pense que o mundo vai parar pelo fato de você ter atentado contra a própria vida. A vida, inclusive, acabou só para você, e não para as outras pessoas. É uma realidade dura? Com certeza! Mas você deveria ter em mente esses fatos, caso pense em suicídio. Tendo conhecimento desse seu papel no mundo, com certeza você teria toda a vontade de continuar a lutar pela sua vida, por mais difícil que ela seja. Infelizmente, como eu citei, a depressão muitas vezes impede você de enxergar as coisas dessa maneira, com a clareza necessária. Temos a nossa importância como pessoas nesse mundo? Sem dúvida nenhuma! Porém, dizer que somos essenciais à manutenção do mesmo é muita pretensão. Na minha opinião, as intenções das campanhas contra o suicídio são muito louváveis, porém deveriam ser um pouco mais incisivas, como tentei ser aqui na minha explanação a respeito do assunto.
            E o que eu penso, a respeito da morte? Conforme já relatei, não tenho a menor pressa de que ela aconteça e, confesso, tenho até um pouco de medo da mesma. Porém, não deveria! Muitos escritores fazem sucesso após a morte (pois um ídolo morto, muitas vezes, é mais valioso do que um ídolo vivo). A única desvantagem é que, caso você goste dos meus livros, você já não terá a mais a oportunidade de trocar uma ideia comigo a respeito dos mesmos. Então, porque não fazer isso agora, enquanto eu estiver vivo? Aproveite enquanto eu ainda estiver por aqui, no planeta Terra! Quando eu me for, essa possibilidade não existirá mais! Valorize o trabalho dos seus amigos mais próximos pois, infelizmente, os seus ídolos famosos nem mesmo sabem que você existe. Outra coisa: a morte pode abrir muitas outras perspectivas, muitas outras possibilidades, novos mundos a serem descobertos, uma infinidade muito maior de realidades alternativas. Como eu citei, lamento o fato de não estar casado com Amy. Porém, quem sabe, em outra vida, eu não tenha a oportunidade de reatar o meu amor com a minha querida Pam, que já faleceu há muito tempo atrás? Não deu certo no planeta Terra, vamos tentar em outro mundo então! Mas, como já disse, são ideias muito difíceis de serem absorvidas, pois tenho um pouco de medo da morte e, assim, pretendo continuar vivendo ainda por muitos e muitos anos.

FIM

sábado, 7 de dezembro de 2019

Capítulo 17 – Quando a minha amada faleceu... - Livro: O livro do amor para os corações solitários


INTRODUÇÃO (Leia, muito importante):

            Em primeiro lugar, muito obrigado pelos acessos, que já estão passando de... Nossa, já perdi a conta... Muito obrigado (mesmo) pelo carinho!

          Muitas pessoas estão com "medo" do Blog, imaginando que, em minhas narrativas reais, eu possa estar citando algum fato constrangedor a respeito das mesmas (afinal, quase todos os meus amigos são personagens). No entanto, mesmo se eu citasse algo de ruim, todos os personagens estão com pseudônimos, ou seja, com a identidade preservada. Mas aceito opiniões e críticas, caso ocorra algum problema.

            O Blog "Grass Valley Memorial" tem como seu principal objetivo a publicação de obras pessoais e de amigos.
            A quarta obra a ser publicada no presente blog é "O livro do amor para os corações solitários", de minha autoria. A mesma está em processo de produção. A narrativa apresentada no livro é 100% real e, portanto, os nomes verdadeiros dos personagens foram substituídos por pseudônimos, no intuito de preservar os mesmos.
            Qualquer blog que se preze só se mantém ativo através da postagem de comentários (opiniões, críticas, etc) das pessoas que acessaram o mesmo; quando não ocorre a referida participação, a tendência é que o proprietário do blog (neste caso, eu mesmo) não se sinta mais motivado em manter o mesmo em atividade.
            Portanto, não deixem de postar a sua opinião, mesmo que você não seja (ainda) personagem participante dos livros apresentados. E se você já escreveu algum livro e tiver vontade de publicá-lo neste modesto blog, não hesite em pedir. Será uma honra! Bom divertimento a todos.

Livro: O livro do amor para os corações solitários

Capítulo 17 – Quando a minha amada faleceu...



            E a vida na assessoria MC continuou, mesmo após a partida de Amy. O tempo foi passando e a dor da ausência de Amy foi sendo amenizada aos poucos. Acabei saindo da equipe de meu coordenador Leny, passando pela equipe de vários outros coordenadores, até ingressar na equipe de outro coordenador, o Pete, também muito legal. Iríamos cobrar uma faixa de atraso muito alta, onde a maior parte das parcelas atrasadas seriam todas cobradas ao mesmo tempo. Apesar da dificuldade, me orgulha muito o fato de conseguir bater a meta nessa dificílima empreitada. Um fato interessante: era a equipe mais “casca grossa” de toda a assessoria. Quase todo dia tinha brigas, discussões, boletos roubados, enfim, muita confusão. Apesar disso, eu tinha muita amizade com todos os membros da equipe e procurava “apaziguar” o ambiente quando a situação ficava mais tensa. Até que, em agosto de 2013, finalmente chegou as minhas férias. Acreditem se quiser, eu gostava tanto do trabalho de cobrança que eu até questionei “Para quê Férias?” Como eu estava fazendo um trabalho que eu gostava, eu achava que nem necessitava de um período de férias para descansar. Parece uma ideia absurda, mas até que teve um fundo de verdade, pois foram as férias mais tristes e turbulentas que tive em toda a minha vida. Vou explicar...
            Um pouco antes de eu sair de férias, Ingvill postou em seu facebook que precisaria fazer uma cirurgia. Para preservar a identidade da mesma, prefiro não mencionar aqui qual era o problema de saúde. Fiquei transtornado com aquela informação! Apesar de não ter mais tanto contato com Ingvill, eu sempre tive um carinho todo especial pelas garotas que já amei. Ela ainda era muito importante para mim, assim como todas as outras garotas por quem eu já fui apaixonado. Ingvill fez parte da minha vida, eu convivi com ela no período do colegial, então eu ainda me importava com ela. Então resolvi lhe mandar uma mensagem, pelo próprio facebook. Ingvill, muito simpática, pediu para que eu ficasse tranquilo, pois tudo daria certo. Confesso que não fiquei tranquilo...
            Também antes das férias, outro fato interessante aconteceu: encontrei com Pam, a minha outra grande paixão do passado. Ou quase! Fui acertar uma documentação para poder fazer um plano de saúde para a minha mãe, e Pam estava por lá. Vi a mesma de longe, não tenho certeza se ela me viu também. Como estava com pressa, não tive a oportunidade de conversar com ela. Incrivelmente, eu descobriria mais tarde, já durante o período de férias, que Pam faria a mesma cirurgia que Ingvill também faria. As duas garotas que eu mais amei em toda a minha vida estavam com o mesmo problema de saúde e fariam a mesma cirurgia. Ingvill sobreviveu... Pam, infelizmente, morreu na mesa de operação!
            As férias, enfim, chegaram e, certa tarde, recebi uma mensagem de Cindy, que estava muito abatida. Ela me informou que Pam, sua melhor amiga, havia falecido. Fiquei chocado! O meu grande amor já não existia mais, pelo menos nesse mundo! Ingvill, naquela altura, já tinha postado no facebook que estava bem após a operação. Tive vontade de abraçar Ingvill, e lhe dizer o quanto eu estava contente por ela ter se recuperado. Já não poderia fazer o mesmo com Pam...
            Quando eu era criança, eu era apaixonado pela Verônica, da turma do Archie. Muita gente deve estar estranhando: “Mas Riverdale não é uma série recente, da Netflix?” Sim, a série é recente, mas os personagens são muito antigos, criados por volta de 1939. Eu assistia ao desenho da turma do Archie quando criança (The Archie Show) e era fascinado pela Verônica, mesmo ela sendo um desenho animado. E Pam era muito parecida com ela! Estar com Pam era uma espécie de sonho de infância. E, por falar em seriado, naquela difícil situação, imaginei que a minha vida não passava de uma série e que uma das principais personagens, Pam, havia morrido. Como se Verônica morresse na série Riverdale. Aquilo era aterrador!
            Minha mãe também ficou muito triste com a morte de Pam. Porém, no meu caso, a situação foi mais complicada. Comecei a me afundar em uma espécie de depressão. Em certo momento, para piorar ainda mais a situação, senti que o lado direito do meu rosto estava paralisado. Em seguida, percebi que tanto a minha narina direita como o meu ouvido direito ficaram entupidos. O lado direito do meu rosto ficou pesado. Na minha inexperiência, achei que era um AVC. Era um sábado e, muito tenso, me dirigi para o pronto socorro. O médico, muito ruim por sinal, só deu atenção ao fato de eu estar muito nervoso. Disse que iria receitar um calmante. “Doutor, eu estou com o rosto paralisado”, eu implorei, mas ele nem ligou. Achei que não valeria a pena discutir e me conformei com o fato dele me receitar um calmante. O medicamento poderia me ajudar a sobreviver àquela dor causada pela morte de Pam. Mas o médico mudou de ideia: não me passou a receita, ministrando o medicamento ali mesmo, no pronto socorro. Um mísero comprimido! Quer dizer, era algo que eu poderia ter tomado em casa, não precisaria nem ter me deslocado ao pronto socorro!          Já era noite, resolvi passar no Boulevard Shopping para tentar me distrair e me acalmar. Percebam que, por mais difícil que esteja a situação, eu sempre procurei meios de tentar amenizar a depressão. Infelizmente, não tive sucesso, pois acabei me lembrando da minha amiga Cyrinda.
            Parece ironia do destino, mas Cyrinda, uma das minhas melhores amigas, também faria a mesma operação que Pam e Ingvill fizeram. Era o mesmo problema de saúde mais uma vez. E o plano de saúde de Cyrinda, naquela burocracia sem fim, estava só “enrolando” para marcar a operação. Aquela lembrança me deixou mais transtornado do que eu já estava! Cheguei em casa e pensei em ligar para a mesma, mas como dizer a ela que Pam havia falecido, sem assustá-la? Resolvi, então, ligar para meu amigo Carl. Expliquei toda a situação, e Carl disse que conversaria com Cyrinda, nem que fosse para ela brigar com o pessoal do plano de saúde dela, mas que os mesmos agendassem, de uma vez por todas, a cirurgia. Carl, assustado com o meu estado, revelado pela minha voz ao telefone, disse que, se precisasse dele e de Bibi para alguma coisa, era só ligar. Futuramente, para a felicidade de todos, Cyrinda conseguiu fazer a operação e tudo terminou bem.
            Na segunda, um pouco mais influenciado pela voz da razão, concluí que estava exagerando ao pensar que eu havia sofrido um AVC. Como a narina e o ouvido estavam entupidos, provavelmente era um problema que poderia ser resolvido por um médico Otorrino. Então consegui marcar uma consulta, no dia seguinte. Um pouco antes de me consultar, recebi uma mensagem no celular, de minha amiga By, da assessoria, avisando que houve um tremendo desentendimento entre ela e os demais membros da nossa equipe. Ela estava muito triste pelo fato. Fiquei muito chateado também, imaginando que, talvez, eu pudesse ter evitado toda a discussão se eu estivesse presente no momento, com minha paciência e conselhos. Aquilo, de certa forma, me abalou mais do que eu já estava abalado. Mandei uma mensagem para By, para poder consolar a mesma e, no dia seguinte, me dirigi ao médico. Realmente, a doutora me disse que era uma rinite um pouco mais acentuada, e que tudo poderia ser resolvido com a medicação.
            E assim aconteceu! Aos poucos, meu nariz e meu ouvido foram desentupindo e aquela sensação de paralisia facial foi se dissipando. Mas nada da tristeza dissipar! Pam era muito importante para mim! Me ocorreu até um certo arrependimento de não ter ido conversar com ela, naquela ocasião em que a vi no escritório do plano de saúde. Provavelmente, ela estava lá para pegar uma guia para a sua operação. Aquela fatal operação, que tiraria sua vida! Vocês devem se lembrar, em capítulos anteriores, que Pam havia me entregado, no dia do meu aniversário, um cartão onde não consegui entender o sentido da frase que ela havia me escrito. Nunca havia conseguido decifrar a mensagem! Então, naquele estado de profunda melancolia, resolvi consultar, mais uma vez, o cartão. E, finalmente, consegui decifrar o que Pam havia me escrito, uma frase surpreendente! Talvez uma frase premeditada, quem sabe para me consolar acerca da sua morte. A frase dizia: “Esteja aonde eu estiver, eu sempre vou te adorar!”. Não aguentei, me emocionei e caí em lágrimas, imediatamente! Sim, aonde ela estivesse, com certeza junto de Deus, ainda assim ela continuaria me adorando! Pensei “Eu também, meu amor, eu sempre vou te adorar, até o fim dos meus dias!” A minha Pam... A minha doce Pam... Jamais vou esquecê-la!
            E as férias foram passando... Aos poucos, fui me conformando melhor com a partida de Pam, apesar de ainda estar um pouco triste pelo fato. No meu último dia de férias, precisei me dirigir à uma farmácia de manipulação, para buscar um remédio para minha mãe. A farmácia era perto da assessoria MC. Resolvi ir de ônibus mesmo, para ter a oportunidade de caminhar um pouco e poder relaxar a minha mente. Eis que, a caminho da farmácia, encontro uma pessoa muito especial. Provavelmente, um anjo que Deus me enviou, para amenizar a minha tristeza! Era Amy! Ela havia ido até a assessoria para me ver, estava com saudades tanto de mim como do restante do pessoal. Mas informaram, para a sua tristeza, que eu estava de férias. Foi um milagre, uma verdadeira coincidência termos nos encontrado naquele dia. Abracei Amy com ternura, lembrando como eu havia ficado triste com a sua dispensa da assessoria, já fazia quase um ano. Ela também ficou muito contente em me ver e disse, daquele seu jeito irreverente: “Billy, você continua bonitão, hein?” Falei para ela da morte de Pam, mas resolvi não me estender muito aos detalhes. Assim, fomos juntos até a farmácia, depois paramos em um barzinho para tomar um refrigerante e colocar os assuntos em dia. Eu disse a ela que teria mais alguns lugares para ir, e Amy perguntou se não teria problema ela me fazer companhia. Que pergunta! Claro que não, foi o que respondi! Então passei o resto da tarde, daquela maravilhosa tarde, ao lado de Amy que, inclusive, estava de salto alto, não se importando nenhum pouco de caminhar um longo trajeto pela cidade daquela maneira. Andamos de braços dados, não tanto pelo lado romântico da situação, mas sim pela dificuldade de Amy em caminhar com o salto.
            Eu havia dito, em capítulos anteriores, e até mesmo no início do presente capítulo, por uma questão de cronologia, que as duas garotas que eu mais amei na vida foram Ingvill e Pam. Permitam atualizar a referida informação: as garotas que eu mais amei na vida foram Ingvill, Pam e, também, a minha doce Amy, aquele anjo que apareceu em um dos períodos mais difíceis de minha vida.

sábado, 30 de novembro de 2019

Capítulo 16 – A linda e especial garota da assessoria - Livro: O livro do amor para os corações solitários


Livro: O livro do amor para os corações solitários


Capítulo 16 – A linda e especial garota da assessoria



            Após o final da banda Máfia de Memphis em 2004, contrariando todas as minhas expectativas, acabei passando no vestibular, na Unesp, no curso de Desenho Industrial (depois o nome foi alterado para Design). Incrivelmente, não me apaixonei por nenhuma garota durante o referido período. Então, como o presente livro é sobre amor, eu não teria nada para comentar aqui referente aos anos Unesp. E, também, nem precisaria falar sobre o assunto, já que escrevi um livro falando somente dos meus anos na faculdade (vide o livro “A era do make in touch”, já publicado no presente blog).
            Em 2009 me formei e, já em 2010, fui trabalhar como designer “freelance”, além de também ministrar aulas particulares de informática. Foram dois trabalhos muito lucrativos, porém o grande problema eram as fases onde eu não tinha nenhum cliente ou aluno. Então, por volta do final de 2011, fiquei sabendo do serviço de cobrança (que era meio período) e mandei meu currículo para a MC. Passei na entrevista e comecei a trabalhar na referida assessoria, alguns dias depois. Portanto, minha vida ficou assim: de manhã eu dava aulas e trabalhava com meus projetos “freelance”, a tarde eu trabalhava na MC. Outro fato interessante é que eu usava cabelo comprido, até o ombro, mas acabei cortando assim que entrei na assessoria.
            E, na assessoria, acabei me apaixonando por uma garota muito especial.  Eu me lembro de olhar para aqueles corredores enormes, repletos de operadores de cobrança. E, no meio de todo aquele pessoal, eu só conseguia enxergar ela, a garota que eu amava, sua imagem em destaque no corredor. O presente capítulo vai ser um pouco diferente, pois não vou precisar escrever sobre a assessoria, já que está tudo escrito. Sim, eu tinha um diário onde eu falava sobre toda a minha vida na assessoria. E um diário bem completo e esclarecedor. Vou transcrever aqui as partes mais importantes e mais tocantes. Antes de tudo, gostaria de explicar a minha teoria sobre a “frieza benigna”, citada no diário. A “frieza benigna” é uma linha de pensamento, criada por mim, onde aplicamos em nossa própria personalidade uma frieza voltada para o bem, ou seja, uma frieza que nos proporciona serenidade e faz com que tenhamos a capacidade de resolver os problemas sem stress. Não é aquela frieza voltada para o mal (como a de um delinquente, por exemplo). A “frieza benigna” é a chave do mistério para toda a minha serenidade, que tanto as pessoas elogiam.
            Segue, então, a reprodução do diário:

            “Em um livro escrito em forma de diário, as coisas mais inesperadas podem acontecer. Mal eu havia me referido à “frieza benigna” (e elogiado a sua permanência, por tanto tempo, em minha vida) e ela, pela primeira vez, me abandonou. O leitor pode até não considerar o presente capítulo a coisa mais tocante já escrita, mas pelo menos tenha a certeza que eu realmente tive a intenção de fazer com que ele atingisse esse patamar. Eu gostaria, nesse momento, de estar em um futuro distante, lendo estas linhas (que já não seriam tão recentes) e apenas “relembrando” os fatos: até mesmo com uma certa saudade, mas, pelo menos, sem sofrimento. Mas não posso fugir da minha realidade, do meu presente e, assim, a tristeza é inevitável na narração dos acontecimentos. Apesar de tudo, devo admitir que não aconteceu nada de grave: realmente, por causa desse motivo, me referi ao futuro, como uma espécie de escapatória aos dilemas do presente. Conforme o ditado “só o tempo para curar as feridas”.
            (...)
            Como havia dito anteriormente, comecei um trabalho na área de cobrança, o qual não tem nada a ver com nada do que fiz em toda a minha vida (e, exatamente por isso, é um tipo de trabalho diferente, que me dá muito prazer).
             (...)
            A garota dos meus sonhos, a qual idealizei há cerca de dois anos atrás, simplesmente se materializou diante dos meus olhos!
            (...)
            A nossa amizade começou logo nas primeiras semanas de trabalho, de maneira inesperada. Ela sempre utilizou perfumes deliciosos e, em nosso primeiro contato, ela me perguntou se o seu perfume tinha um cheiro bom (pergunta óbvia, “claro que sim”, foi o que respondi). Ainda não sabia o seu nome e nem se ela trabalhava no meu setor. Poucos dias depois, eu estava em minha mesa de trabalho e ela resolveu ser um pouco mais ousada: “Moço, você pode amarrar a minha sandália?”. Corei com o pedido! Mas fiz o que ela pediu, de maneira respeitosa. Agradecida, ela por fim me disse: “Obrigado moço, não vou esquecer disso”. E assim, no decorrer dos dias, aos poucos, começou a minha amizade com Amy.
            (...)
            O que aconteceu foi o nascimento de uma grande amizade, uma união de espíritos simpáticos um em relação ao outro, uma irmandade realmente difícil de definir em palavras.
            (...)
Fora as suas “aprontações” no trabalho (sem nenhuma maldade) e o seu comportamento correto em relação aos relacionamentos, percebi uma certa insegurança da parte de Amy em certos aspectos: ela me contou que tinha a impressão de que todas as pessoas olhavam “feio” para ela, quando ela chegava ao ambiente de trabalho (preocupante, pois parecia o início de uma fobia social); quando ela mudava a cor de cabelo ou usava uma nova roupa, ela me perguntava várias vezes, no decorrer do dia, se ela estava com uma boa aparência (sempre estava bonita, mas era difícil convencê-la do fato); Amy tinha muitas dúvidas se ela era uma boa operadora de cobrança (por mais que os seus recebimentos fossem bons e eu afirmasse constantemente essa verdade para ela); certa vez, foi difícil convencê-la a participar de um café da manhã com a nossa equipe (prometi ficar ao lado dela o tempo inteiro, para lhe dar segurança, até que ela resolveu participar). E toda essa insegurança de Amy caminhava, lado a lado, com a sua alegria de viver, com a sua simpatia, com seu bom humor, com o seu bom relacionamento em relação à maior parte das pessoas...
(...)
Provavelmente, quase ninguém percebeu esse lado mais angustiado da minha amiga, pois a sua alegre personalidade predominava na sua convivência com as outras pessoas. Eram tantas conversas, tantas alegrias, tantas risadas: era impossível ficar de mau humor ao seu lado.
(...)
Quando Amy ficava irritada com alguma coisa relacionada ao trabalho, tomava algumas atitudes precipitadas que prejudicavam ela mesma (ir embora no meio do expediente, por exemplo). Mas eu acabei me tornando (com muito orgulho) uma espécie de anjo da guarda, que conseguia mantê-la no bom caminho (com meus conselhos, que, na maioria das vezes, ela concordava). Além disso, eu sempre procurava incentivar a minha amiga a seguir o caminho do conhecimento (ela tinha o sonho de ser técnica de enfermagem). Ainda no campo do conhecimento, lembro de uma ocasião em que ela me perguntou: “Bil, é verdade que as pessoas que gostam de rock fazem pactos com o demônio?”. Fiquei bastante triste com a pergunta, não tanto pelo fato de eu gostar de rock (e por essa história de pactos ser uma tremenda mentira), mas pelo fato de Amy estar tendo as suas ideias e, por que não dizer, a sua personalidade manipulada pelos líderes religiosos. Todos clamam pelo retorno de Jesus (por vários motivos), mas, no meu caso, a primeira coisa que me vêm na mente, relacionado a esse retorno, é o fim de toda essa “enganação” por parte das instituições religiosas. Tenho certeza que Jesus não deixaria “barato” toda essa “palhaçada” e mostraria, com toda a sua sabedoria, quais igrejas realmente agem de acordo com seus ensinamentos e quais as que enganam o povo com suas mentiras. Enfim, expliquei à ela que o rock, muitas vezes, pode se tornar um estilo de vida e, dessa maneira, os líderes religiosos tem medo que seus seguidores saiam da igreja para seguir o referido estilo (e por isso tentam difamar o rock). Para provar que os “pactos com demônio” não passam de um boato infundado, citei vários “rockeiros” que são cristãos e, por fim, falei de mim mesmo (que amo o rock e sou muito religioso, e isso eu digo na prática, não na teoria). Deixei claro, ainda, que não achava errado ela ir à igreja, caso ela tomasse essa atitude com muito senso crítico, ou seja, tendo em mente que o seu líder religioso (ou qualquer outro fiel de sua igreja) também é um ser humano de carne e osso, sujeito a erros ou interpretações erradas referente aos ensinamentos bíblicos. Por fim, disse que muitos líderes religiosos farão de tudo para que os seus fiéis não abandonem a sua igreja, pregando coisas erradas a respeito de outras igrejas (fugindo do princípio da tolerância religiosa), além de afastar as pessoas do caminho do verdadeiro conhecimento. Provavelmente, não consegui convencê-la de todos os pontos analisados, mas tentei fazer o possível. Para mim, que levo os preceitos religiosos a sério (não os rituais e tradições, mas sim o “amar o próximo”), é muito difícil ver vários de meus amigos subjugados por esse tipo de dominação religiosa (mais calcada em tradições do que em atitudes santas).
Depois de oito meses de uma convivência maravilhosa, eis que o destino me separaria da minha amiga Amy (chegamos, enfim, ao motivo de toda a minha tristeza). Há alguns meses atrás, ela já havia me avisado que gostaria de arranjar outro trabalho e, por fim, o dia chegou: Amy pediu a sua dispensa da Assessoria de Cobrança. Foi em uma quinta-feira, fiquei sabendo por intermédio das minhas duas queridas coordenadoras (Mi e Jor, que também adoravam ela). Não ocorreu, comigo, aquele lance de “ainda não caiu a ficha” e, assim, senti a dor da ausência da minha amiga na hora: fiquei amargurado automaticamente, com aquele nó na garganta o dia inteiro (sorte que eu consigo disfarçar e ninguém percebeu). Cheguei a comentar com as minhas amigas Ann e Sil o fato, mas não deixei transparecer toda a intensidade da dor que eu estava sentindo (apesar de ambas também estarem muito tristes pela partida de Amy). No final do dia, uma das meninas que trabalham no meu setor me entregou um pedacinho de papel com o telefone de minha tia, que havia ligado, e que precisava falar comigo com urgência. Tremi da cabeça aos pés, pois achei que alguém da minha família havia aprontado alguma (não preciso nem mencionar quem). Avisei Louis (o coordenador que estava cuidando da equipe) e ele permitiu que eu ligasse a partir do celular (DDR) da empresa. Estava tão nervoso que nem conseguia discar o número de telefone (Ann discou para mim) e, quando o telefone atendeu, ouvi uma voz dizendo: “Oi, bem!”. Pensei: “Amy sua doidinha!”. Ela ligou para dizer o quanto gostava de mim e como já estava sentindo saudades! Foi um alívio saber que não era nenhum problema familiar (ela disse que era minha tia só para disfarçar), além de ser muito reconfortante ouvir a voz da minha amiga novamente. Não conseguimos conversar muito, mas prometi ligar assim que chegasse em casa. E dessa maneira procedi. Pode ter sido apenas impressão minha, mas notei uma certa tristeza na voz de Amy. Ela disse que, no dia seguinte, ela estaria na empresa para acertar toda a documentação e poderíamos nos despedir. No final da ligação, ela me disse como foi difícil ter saído da empresa, pelo fato da nossa separação. Não aguentei e, assim que ela desligou, comecei a chorar de emoção!
Mas foi no dia seguinte (uma sexta) que as coisas começaram a ficar realmente tristes! Na parte da manhã, fui dar aula e tive que me conter para não chorar... Realmente, eu não estava me reconhecendo: sempre consegui conter as minhas emoções, mas era só lembrar de Amy que os meus olhos começavam a ficar marejados de lágrimas! Depois, uma pequena crise de ansiedade (que fazia tempos que eu não tinha, a última foi há aproximadamente, 3 anos) começou a trabalhar em seus efeitos colaterais. Infelizmente, não tive escolha: precisei tomar um calmante (a última vez que tomei um calmante, também foi há cerca de 3 anos atrás). Na empresa, apesar de eu tentar disfarçar a emoção de todas as maneiras (o calmante, muito fraco, não ajudou muito), Barô percebeu que havia algo errado comigo: “Você está muito abatido, Bil! Parece que está mais magro do que você já era!”. Realmente, eu estava me alimentado muito mal naquele dia, por causa da ansiedade. Mas não revelei, para minha amiga, o motivo do meu abatimento. Também não encontrei Amy naquela data (talvez ela tenha vindo em outro horário). Mas acredito que tenha sido melhor assim: não queria que minha amiga me visse naquele estado lamentável.
No sábado, um café da manhã (para mim, melancólico) foi realizado na empresa (inevitável a lembrança de Amy e do último café, evento que ela participou). Na parte da noite, foi aniversário da afilhada de Carl e Bibi, a pequena Raf. Foi reconfortante rever os amigos novamente mas, num certo momento, tive que contar à Cyrinda o que eu estava sentindo. Ela me disse que havia passado pelo mesmo problema (inclusive, quando também trabalhava em outra empresa de cobrança): ela tinha uma amiga muito próxima, que também abandonou o serviço. Esse fato, aliás, foi o “estopim” para que Cyrinda pedisse demissão, algum tempo depois. O que me tranquilizou um pouco foi que ela me contou que, nos primeiros dias, a tristeza também a consumiu e fez com que ela chorasse muito, mas depois de um tempo restou apenas uma saudade que foi se amenizando, à medida que os dias passavam. Fato bastante coerente: afinal, não aconteceu nenhuma tragédia, apenas uma mudança de emprego, no caso de nossas amigas. Foi um alívio saber que eu não estava “ficando louco” e que a partida de pessoas queridas do nosso meio, realmente, pode causar um grande sofrimento para outras pessoas também (e não só comigo, que já não estava me reconhecendo por causa de todo esse estado de ansiedade). Quando a festa terminou, passei com o meu carro em frente à assessoria de cobrança (meu querido emprego que, até agora, só havia me trazido alegria) e, pela primeira vez, olhei a fachada da empresa com um certo desgosto (não pelo trabalho em si, que eu adoro, mas pela ausência de Amy). Lembrei de uma ocasião, há alguns meses atrás, onde ela estava passando mal, com cólicas, e me pediu um remédio (que eu tomava quando tinha dores estomacais). Dei o remédio à minha amiga, me despedi (já era o final do expediente) e tive vontade de chorar, quando vi sua imagem desaparecendo no final da rua escura, enquanto ela se encaminhava ao seu ponto de ônibus. Apesar de não ser nenhum problema de saúde grave (quem nunca teve cólicas?), ainda assim fiquei com pena de vê-la naquela situação, pois eu realmente me preocupava com ela e, qualquer sofrimento seu, por menor que fosse, já era suficiente para alterar meu estado de espírito. A frase de Exupéry (“você se torna eternamente responsável por aquilo que você cativa”), por mais tradicional que seja, fez todo o sentido nessa ocasião. Foi inevitável lembrar, também, de dois momentos felizes da semana anterior (que precederam a partida de Amy) e ficar indignado pelo fato das coisas terem mudado da “água para o vinho”, da felicidade para a tristeza, de maneira tão brusca. O primeiro momento foi na quarta à noite, onde eu e meu irmão assistimos, pela Televisão, nosso time de futebol ganhar a sua primeira taça Libertadores da América. A felicidade não foi só pela vitória, mas também pela sensação de conforto em estar na minha própria casa, na companhia do meu irmão (e também da minha mãe, apesar da mesma estar dormindo), juntamente com os nossos bichanos (Melody, Jean e Jane), assistindo a partida, torcendo, vibrando, me divertindo, enfim, sentindo que faço parte de um lar. O segundo momento feliz aconteceu no sábado, onde nos reunimos, no apartamento de Carl e Bibi, para assistir a luta “Silva x Sonnen” (estavam presentes eu, Cyrinda, Felícia Mendel, Felícia Nelly, além de Carl e Bibi, é claro).
(...)
Mas, infelizmente, Amy partiu e a tristeza tomou conta da minha vida. Passou a segunda, a terça e na quarta-feira a tristeza ainda não havia amenizado. Para falar a verdade, a situação ficou ainda pior: Ann (que, assim como Amy, é uma das minhas melhores amigas) mudou para o turno da manhã e Sam (que é o melhor amigo) “desapareceu” nestes últimos (e tristes) dias (pensei que o mesmo tivesse “pedido a conta” no serviço).  Resumindo: eu estava me sentindo a pessoa mais solitária do universo. De quebra, para piorar ainda mais toda a minha situação, fui transferido da equipe das minhas coordenadoras Mi e Jor (pessoas que eu adorava e me dava bem) para trabalhar em outra equipe, com um equipamento que eu não sabia manejar (chamado “altitude”). Mas, surpreendentemente, um duro golpe (bem pior do que tudo o que havia acontecido até agora) fez com que eu conseguisse me recompor (mais uma velha frase, “alguns males vêm para o bem”, pode ser aplicada na situação que relatarei a seguir). Um amigo dos tempos em que eu trabalhava na empresa de autopeças, o policial Ker, também estava trabalhando, agora, na assessoria, na parte de segurança. Foi com grande contentamento que pude revê-lo e ele, simpático como sempre, também havia feito amizade com Amy e minhas outras amigas. Na quarta-feira, a qual eu estava me referindo, ele me contou que havia encontrado Amy em outra ocasião (ela realmente veio na sexta-feira, só que em outro horário). E Ker, com o seu jeito irreverente e brincalhão, havia dito à Amy que eu estava sentindo a sua falta (óbvio), pois eu dava risada com ela o dia inteiro. Ker disse, ainda, que Amy interpretou a última informação de maneira equivocada (por mais que ele tenha tentado deixar claro que ela estava tirando conclusões precipitadas). Amy achou que eu a considerava apenas como uma “comediante” da turma, uma pessoa que só servia para fazer os outros rirem e nada mais. Meu Deus! Que ironia do destino! Eu sofrendo como um “condenado” por causa da ausência da minha amiga e ela pensando que eu estava menosprezando a sua amizade! A tristeza acabou se convertendo em raiva, não por Amy pensar assim ou por Ker, talvez, ter se expressado mal. A raiva foi contra o próprio mundo, pelo funcionamento das suas próprias coisas e pela “lógica” que, às vezes, aparece apenas para nos levar à ruína. Todavia, esse fato desagradável foi a melhor coisa que poderia ter acontecido (recapitulando, “alguns males vêm para o bem”). Como eu já havia dito em outras publicações, é muito melhor ter raiva do que estar depressivo, já que a raiva nos encoraja a agir diante das adversidades, enquanto a depressão nos deixa prostrados, sem ação. Assim, mandei uma mensagem para Amy, utilizando meu celular, apenas com a palavra “Saudade”. Não deu outra: no final do expediente, Amy (agora disfarçada de cliente) me ligou (para dizer o quanto sentia a minha falta) e eu, tentando disfarçar o melhor que pude, disse que ligaria para ela depois do expediente. Assim procedi, percebendo, dessa vez, que Amy estava muito animada, pois havia conseguido um novo emprego (que ela pediu para não revelar para ninguém, por enquanto). E o melhor: não estava nem um pouco chateada comigo, fato que foi um alívio e que acabou dissipando a minha tristeza. Afinal, é muito melhor ter uma amiga distante que goste de você do que outra, na mesma situação, que esteja com raiva de você sem motivo.
Fui escrevendo o presente capítulo aos poucos, de modo que, ao final dessas linhas, a “frieza benigna” retornou para perto de mim, ou seja, o futuro, o qual me referi no primeiro parágrafo (futuro nem tão distante assim) acabou amenizando toda a minha tristeza (da maneira que eu desejava). As coisas finalmente se acertaram: Sam retornou (havia apenas ganhado uma “licença-prêmio”, por isso estava afastado da empresa), Ann e eu ainda continuamos nos vendo (nos encontramos nas trocas de turno) e Lenny agora é o meu coordenador (tão bacana e simpático quanto Mi e Jor). Quanto à Amy, nunca mais a vi pessoalmente, após a sua saída da Assessoria (apesar de termos conversado outras vezes por telefone e ter trocado mensagens de celular). Curiosamente, após a sua partida, algumas coisas desagradáveis começaram a acontecer no ambiente de trabalho (por exemplo, alguns desentendimentos entre pessoas que se davam bem). Não pude deixar de lembrar que, no tempo que Amy estava conosco, os mesmos eram raros (pelo menos, no nosso setor). Será que Amy possuía uma espécie de santidade que fazia com que o ambiente ficasse agradável e acolhedor, evitando os conflitos? Para mim, foi inevitável pensar nessa possibilidade, ocasionada por uma das amigas mais incríveis e fiéis que eu conheci nessa vida... De qualquer maneira, não posso citar aquele velho ditado “eu era feliz e não sabia” ou “não aproveitei a felicidade enquanto ela ainda estava ao meu alcance”. Pelo contrário: durante a convivência com Amy, estive sempre consciente de estar vivendo uma das melhores épocas da minha existência. Apenas contemplando o céu azul e a estranha percepção de sua beleza, a qual me trouxe muitas memórias da infância perdida, eu sabia que eu não estava enganado em relação a todo esse período especial, proporcionado pela presença da minha amiga em minha vida.  É por essa razão que, sempre quando penso nela, eu posso sentir a mesma felicidade dos velhos tempos, como se os mesmos ainda fizessem parte do meu cotidiano e jamais fossem me abandonar... Tenho certeza que Amy também pensa em mim: assim, a sensação de ser amado é fundamental para que eu tenha coragem para continuar seguindo em frente, não importa em que sentido... Simplesmente seguindo em frente... Seguindo em frente para sempre...”

domingo, 24 de novembro de 2019

Capítulo 15 - Hoje é o dia dos namorados... E o que minha banda tem a ver com isso? - Livro: O livro do amor para os corações solitários

Livro: O livro do amor para os corações solitários


Capítulo 15 - Hoje é o dia dos namorados... E o que minha banda tem a ver com isso?



            Quando 2004 chegou, a minha banda, a Máfia de Memphis, já estava com a sua formação definida. Burt entrou na banda e se tornou nosso guitarrista solo. Como Rog saiu para se tornar nosso agente, Caleb (irmão de Burt) assumiu o baixo. Então a formação ficou assim:  eu na guitarra base, Burt na guitarra solo, Caleb no baixo, Andrew na bateria e Aaron no vocal. A Máfia de Memphis foi a primeira banda que montei que finalmente fez um pequeno sucesso local. Não éramos os melhores músicos do mundo, porém conseguíamos apresentar um show espetacular, tamanha a nossa energia no palco. Eu, por exemplo, treinei por horas para conseguir tocar guitarra e pular ao mesmo tempo e, também, tocar guitarra e dançar ao mesmo tempo. Aaron conseguia, por sua vez, imitar com muita maestria os trejeitos e danças do Elvis. A energia era a marca registrada de nossa banda, sem dúvida.
            Muitas pessoas que assistiam a nossos shows vinham me perguntar se eu era o líder da banda. Eu não me via, sinceramente, como um líder: eu me considerava mais como um organizador. Eu decorava o repertório, muitas vezes ajudava os integrantes quando alguém esquecia alguma parte da música e, o mais importante: zelava pela manutenção do tom correto durante a execução das canções. Não sou muito bom em teoria musical e também não sou um músico muito virtuoso, mas se houver algo que não está correto em uma canção, eu consigo identificar imediatamente o problema. Então fui muito útil nesse sentido, organizando os tons corretos, afinações dos instrumentos, vocais e outros pontos importantes. E sem ser um ditador, como eu era em tempos mais remotos. Eu havia melhorado muito como pessoa e como músico também.
            Por falar em não ser mais um ditador dentro da banda, eu fui o que menos me envolvi em conflitos mais sérios e discussões. Quando algum problema ocorria, eu procurava resolver tudo através de um diálogo amigável, sem brigas. Certa vez, Caleb chegou dizendo que tinha arranjado algo para dar uma boa incrementada no show. Fiquei curioso e perguntei o que seria. E ele me mostrou duas enormes “pantufas pé de urso”. Não acreditei naquilo! Então, com bastante tato, expliquei para ele que, para uma banda cover do Elvis, a utilização de duas “pantufas pé de urso” durante os shows, não iria combinar com o estilo da banda. Não era um show dos Mamonas Assassinas, e sim de uma banda de rock dos anos 50. Caleb ficou um pouco decepcionado, mas entendeu os motivos, desistindo da ideia das pantufas posteriormente.
            Infelizmente, para quebrar toda aquela minha paz de espírito e, como uma exceção à minha regra de evitar os conflitos através de um bom diálogo, acabei me desentendendo com todos os outros integrantes da banda, justamente no último show com aquela formação. Apesar de toda a minha serenidade, devo admitir que paciência tem limite. E perdi minha paciência naquela ocasião. Vou explicar melhor.
            Foi um show no chamado Anthigus Bar e, por coincidência, aquele show caiu bem no dia dos namorados. Enquanto estávamos arrumando todo o som, na parte da tarde, os meus quatro amigos, integrantes da banda, me chamaram para conversar. Disseram que estavam com uma nova ideia para o show, durante a música “Can't Help Falling In Love”, a música mais lenta e romântica do nosso repertório. Como o bar possuía vários bancos próximos ao palco, me perguntaram o que eu achava de, durante a referida canção, tocarmos sentados, num clima mais intimista, como em um show acústico. Um número executado dessa maneira para, inclusive, celebrar o dia dos namorados. Achei a ideia sensacional! Apesar de toda a nossa energia no palco, Can't Help Falling In Love” era um momento onde essa energia era substituída por um clima mais calmo, mais romântico. Assim, tocarmos sentados, como um acústico, durante a referida canção, não atrapalharia de maneira alguma a nossa performance mais “selvagem”, mostrada nas outras músicas. Inclusive, me comprometi em levar meu violão elétrico, para que Burt o utilizasse durante a canção. Terminamos de conversar e cada um foi cuidar dos seus afazeres e instrumentos, para o show daquela noite.
            Passou mais alguns minutos e, de repente, meus quatro amigos voltam e dizem que precisavam conversar comigo mais uma vez. Haviam mudado de ideia: ao invés de tocarem sentados apenas em Can't Help Falling In Love”, haviam decidido tocar sentados o show inteiro, por causa da por** do dia dos namorados. Eu não acreditei que estava ouvindo aquilo! Era sério? Incrédulo, expliquei que o nosso show perderia toda a energia, se procedêssemos daquela maneira. Então Andrew, nosso baterista, explica que “era essa a intenção”. P*** que pariu! Os caras, por acaso, estavam de brincadeira com minha cara? Vejam bem: como eu disse, a marca registrada de nossa banda era a energia no palco. Como abrir mão de nossa maior qualidade? Ainda mais por causa de um mero dia dos namorados? E quanto as pessoas, as muitas pessoas que veriam o nosso show pela primeira vez? Que raio de banda era aquela onde todo mundo tocava sentado? Aquilo era uma ideia absurda e procurei explicar todo o meu ponto de vista, mas ninguém quis concordar com os meus argumentos. Nem mesmo Aaron! Então perdi a boa, e resolvi falar a real: o dia dos namorados não significava nada para mim! Nada! Era um dia que só me trouxe desgosto, durante toda a minha vida. E, para completar todo o desgosto, aquela comemoração, agora, queria estragar todo o show da nossa banda! Como uma espécie de vingança final! Falei, ainda, que a dia dos namorados foi criado pensando no comércio, uma maneira de lucrar com a compra de presentes. O desgraçado que inventou essa data não estava nem aí com você ou sua namorada. Era tudo uma questão de lucro, apenas. Tocar sentado por causa do dia dos namorados? Quer dizer então que, no dia da independência, dia 7 de setembro, deveríamos todos tocar de verde e amarelo? E a discussão seguiu e, como não estava chegando a nenhum resultado favorável, como parecia não terminar nunca, então resolvi dizer: “Tudo bem, se vocês quiserem tocar sentados, podem tocar, sem problemas. Eu, porém, vou tocar em pé, como eu sempre fiz, por amor à nossa banda”. Meus quatro amigos, então, me viraram as costas, me deixando sozinho. E, com muita raiva, disseram que eu era muito “estrelinha”. E era “estrelinha” mesmo, coisas que eles também deveriam ser. Claro, aquilo era um show, meu Deus do céu! Ser “estrelinha” fazia parte de toda aquela empreitada. Não tinha como ser diferente! Mas as coisas ainda iriam piorar mais...
            Na parte da noite, cheguei ao Anthigus Bar, com minha guitarra, e um dos funcionários disse que tinha alguém querendo falar conosco. Eu era o único membro da banda que estava no bar, naquele momento, então fui conversar com o cidadão. Era um velho, muito mal-humorado, dizendo que era da Ordem dos Músicos. E queria ver minha carteirinha de músico. Eu disse que não tinha carteirinha nenhuma. Então o velho, muito arrogante, disse que eu seria autuado caso eu subisse no palco. Tentei argumentar, mas o velhote foi irredutível. Perguntou se alguém da minha banda possuía a carteirinha e que, caso a resposta fosse afirmativa, liberaria nosso show. Eu sabia que ninguém tinha a carteirinha. Porém, para ganhar tempo, eu disse que, talvez, o nosso vocalista tivesse. Então o velho afirmou que iria esperar Aaron chegar, para conferir. Entrei no setor do bar onde ficavam as mesas e já tinha muita gente. Inclusive minha mãe. Cumprimentei todo mundo e chamei minha mãe de lado, dizendo que, talvez, o show seria cancelado naquela noite, por causa da Ordem dos Músicos. Minha mãe, então, foi conversar com o velho, que disse para ela ter paciência, pois ele estava esperando o restante da banda chegar para ver o que seria decidido. Resolvi ligar para Rog que, como eu disse, agora era o nosso agente. Rog disse para que eu ficasse tranquilo pois, se o suposto membro da Ordem proibisse nosso show naquela noite, ele simplesmente mandaria fechar as portas do bar, mantendo o público que lá estava, e tudo seria como se fosse um show particular.
            Fui para fora do bar, para refrescar as ideias, quando Aaron e os outros finalmente chegaram. Expliquei toda a situação e Aaron ficou muito chateado. Fomos então conversar com o temido velho. Chegando na recepção, onde o cidadão estava, o mesmo olhou para Aaron, muito surpreso, e disse “então você é membro da banda, também?” Sim, o velho conhecia Aaron! A partir daí, o velhote abandonou sua arrogância habitual e começou a explicar, amigavelmente, a necessidade da lei ser cumprida. E que, em consideração a Aaron, não impediria a nossa apresentação. Somente disse para providenciarmos a carteirinha, para evitar problemas futuros. A situação estava resolvida!
            Quando o velho foi embora, fui conversar com Aaron sobre toda aquela situação da Ordem e o mesmo, sorrindo, me disse: “Você não sabe da maior. Ele nem é da Ordem dos Músicos”. Na verdade, aquele velho era apenas um grande “dedo-duro”, um verdadeiro “estraga-prazeres”, que em nome da lei gostava de infernizar a vida dos outros. P*** que pariu! Quer dizer que ele havia ficado todo aquele tempo no Bar (mais ou menos 1 hora e meia), esperando a banda chegar, sendo que ele nem era da Ordem? Desperdiçou 1 hora e meia do seu tempo, no intuito de impedir um bando de garotos de tocar num Bar? Meu Deus, como existem pessoas sistemáticas nesse mundo! Aquilo era inacreditável!
            Por incrível que pareça, aquele foi um dos nossos melhores shows. Toquei em pé, conforme eu havia decidido. E pulei muito! E dancei muito! No decorrer da apresentação, os demais integrantes, meus queridos amigos, quase meus irmãos, decidiram tocar em pé também. As diferenças e mágoas foram superadas a partir daquele momento. Não questionei o porquê daquela mudança brusca de opinião. Provavelmente, devem ter entendido meu ponto de vista. Não é a questão de querer ser o “dono da verdade”: muitas vezes nós temos a convicção de que estamos com a razão. E eu estava com a razão, a energia era um fator fundamental em nossas apresentações. Depois do show, eu e Aaron conversamos e eu pude explicar para ele, com um pouco mais de argumentação, todas as desvantagens de se tocar sentado. E ele entendeu melhor meu ponto de vista a partir daquele momento. Era nossa banda, cara! Jamais poderíamos abrir a mão de nossa qualidade... Jamais! Infelizmente, aquela formação da banda acabou se dissolvendo. Porém, ainda faríamos um último show, na Cervejaria dos Monges, com uma nova formação. Ainda não sabíamos que seria o último show.
             No referido show, na Cervejaria, fui acompanhado de uma linda garota. Não era Jenny, que eu confesso ainda estar amando. O nome dela era Katy e, finalmente, tive a oportunidade de poder tratar uma garota da maneira que ela merecia: como uma verdadeira princesa. Isso pelo fato de Katy ter ficado o tempo inteiro comigo, no camarim, o qual tinha muitas e muitas comodidades: bebidas e aperitivos a vontade, ambiente lindo e agradável, poltronas de todos os tipos e tamanhos... Sempre quis proporcionar esse tipo de conforto a uma mulher e, naquela noite, na cervejaria, tive a oportunidade de realizar esse sonho. Após o show, tudo terminou, no meu carro, com um longo e romântico beijo ao amanhecer, ao som de “Anna (Go to him)”, na versão dos Beatles. A minha noite na companhia de Katy, com certeza, foi melhor do que qualquer dia dos namorados, data que nunca me deu nada de especial.

sábado, 16 de novembro de 2019

Capítulo 14 – Não me toque! - Livro: O livro do amor para os corações solitários

Livro: O livro do amor para os corações solitários

Capítulo 14 – Não me toque!



            Mais ou menos na metade do ano de 2003, Dezones e Ralph, meus amigos de cursinho, resolveram mudar de classe. Achavam que a classe estava muito indisciplinada e queriam conhecer novos ares. Eu relutei um pouco em mudar, visto que eu gostava muito do pessoal que, por incrível que pareça, eram meus antigos Bullies (conforme expliquei no capítulo anterior). Por fim, acabei mudando de classe também, onde conheci uma outra turma de amigos muito especial, amizade que dura até os dias de hoje.
            Logo nos primeiros dias, uma garota chamada Jenny, a qual Dezones começou a fazer amizade, chamou a minha atenção. Era hora do término das aulas, Jenny deu um beijo de despedida em Dezones e me perguntou se eu queria um beijo também. Claro que eu aceitei! Dezones, posteriormente, comentou que Jenny disse a ele que ela havia me achado muito simpático. Assim, com todas essas vantagens ao meu favor, comecei a me aproximar de Jenny e acabei me apaixonando por ela. Achei que estaria nascendo, ali, um grande amor. Infelizmente, as coisas não ocorreram da maneira que eu estava imaginando.
            O beijo que Jenny me deu, que acabei de relatar, me deu uma falsa ilusão de que ela era uma pessoa muito carinhosa, assim como Pam. Mas ela não era, nem um pouco! Nem mesmo algumas “cantadas” um pouco mais ousadas, sem faltar com o respeito (o que eu acho algo muito saudável e imprescindível para o desenrolar de um relacionamento), Jenny não gostava. Aliás, era muito difícil achar algo que Jenny realmente gostasse. A impressão que eu tinha era que ela não gostava de nada. Nada mesmo! Até que um dia Jenny me disse que gostava da música “Soldier of love”, gravada pela banda Pearl Jam. Eu nunca gostei muito da banda, mas eu conhecia a música, pois os Beatles também chegaram a tocar a mesma (ao vivo na rádio BBC). Então, naquela mesma noite, tive uma ideia: vou tirar “Soldier of love”, levar o violão na escola e tocar a canção para Jenny. Seria algo muito romântico, sem dúvida nenhuma. Assim, chegando em casa tarde como sempre (após 23h00), resolvi tirar a música no violão. Deu trabalho, fui dormir tarde por causa disso. Algo muito ruim, pois eu teria que acordar cedo no dia seguinte, para trabalhar.
            No dia seguinte (ou melhor, na noite seguinte), cheguei todo “animadão” na escola, com o meu violão, achando que iria arrasar e, finalmente, conquistar Jenny de uma vez por todas. E nada de Jenny aparecer. Procura daqui, procura dali e finalmente resolvi perguntar para uma amiga minha o paradeiro da minha amada. “Jenny não vai vir hoje”, foi a terrível resposta! Meu Deus! Me senti a pessoa mais desgraçada da face da Terra! Confesso que, o que mais me incomodou, mais do que a falta de Jenny, foi o fato de eu ter ficado até tarde da noite, ensaiando a música! Todo o meu esforço foi em vão! Aquilo era inacreditável!
            Devo confessar que, de todas as minhas paixões, Jenny foi a que menos me deixou saudade. Foi a que me causou maior sofrimento, ansiedade e até mesmo um pequeno início de depressão. Porém, preciso deixar muito claro que estou me referindo ao campo dos relacionamentos, pois Jenny jamais falhou comigo como amiga. Uma garota maravilhosa, que tinha muita consideração por mim e que, muitas vezes, escrevia nos meus cadernos, às escondidas, coisas muito bonitas em minha homenagem. Talvez Jenny até mesmo sentisse alguma atração por mim, porém não conseguia se exprimir, por causa da sua forte personalidade. E, não posso deixar de admitir que, por mais que eu tentasse, eu deveria realmente ser um pouco mais ousado na minha aproximação com Jenny. Lutar verdadeiramente pelo meu amor! Luta que não teve necessidade com Pam, onde tudo aconteceu de maneira muito fácil, sem um esforço considerável de minha parte. Talvez Pam, de maneira inocente, tenha me deixado um pouco mal acostumado...

sábado, 9 de novembro de 2019

Capítulo 13 - Destruindo o Bullying com apenas um violão - Livro: O livro do amor para os corações solitários


Livro: O livro do amor para os corações solitários

Capítulo 13 - Destruindo o Bullying com apenas um violão



            Por volta de 2003, eu já estava no meu terceiro ano de cursinho pré-vestibular. Sim, retornei aos estudos no Colégio Objetivo na intenção de passar na Unesp, no curso de Desenho Industrial (mais tarde chamado de Design). Por incrível que pareça, pelo fato de eu já ser um pouco mais velho e mais experiente na época, fui vítima do Bullying mais uma vez. Vou explicar melhor.
            Minha banda com Micky, infelizmente, depois de tantas idas e vindas, acabou mais uma vez, pelo fato do meu amigo se mudar para Curitiba. Micky era uma peça fundamental dentro da banda, pelo fato de compormos juntos. Não consegui manter a banda com os membros restantes. Confesso que foi, para a minha pessoa, um duro golpe o fim de uma banda tão boa (que se chamava Soma). Fiquei perdido por algum tempo. Para piorar as coisas, o meu visual de rockeiro (camisa preta, jaqueta, calça rasgada, brinco) não agradou nenhum pouco os alunos da minha nova classe de cursinho. Nos corredores, quando eu passava perto daquele bando de garotos hostis, não faltavam risadinhas e, às vezes, até algumas ofensas um pouco mais veladas. Mas a coisa iria piorar mais um pouco.
            Naquele ano, saiu um cd com as melhores canções do Elvis Presley, as “número 1 nas paradas”, que eu gostei muito. Comentei o fato com meu amigo Rog, que trabalhava comigo. Ele sabia que a minha banda “Soma” já havia acabado. Rog, então, teve uma ideia. Me informou que tinha um amigo que era muita fã do Elvis. Inclusive, o mesmo cantava muito bem, com um timbre de voz bem próximo do cantor. A ideia de Rog: por que não montamos uma banda? De início, achei a proposta um pouco estranha, pois as minhas bandas de rock sempre foram baseadas no estilo punk rock. Porém, posteriormente, achei a ideia interessante e, numa tarde qualquer, fui com Rog conhecer Aaron, o fã de Elvis. Aaron tinha um vasto material sobre o cantor e, realmente, cantava muito bem (acredito que naquele mesmo dia eu levei o violão e tocamos algumas canções). Alguns dias depois, nasceria a banda Máfia de Memphis. Depois de uma certa demora, a primeira formação ficou finalmente definida: eu na guitarra, Aaron no vocal, Rog no baixo e Andrew na bateria. Ainda não tínhamos uma guitarra solo, por enquanto. Então, resolvi ousar mais um pouco no meu visual, já que agora eu era membro de uma banda de rock dos anos 50: eu aumentei drasticamente a altura do meu topete. Vocês se lembram daquele lance na sétima série, em 1989, que comentei em um dos capítulos anteriores, quando mudei meu cabelo e sofri Bullying? E, na sétima série, era um topete um pouco mais discreto. Imagine, em 2003, quando eu decidi, simplesmente, pedir ao cabeleireiro que passasse a máquina dos lados do cabelo e mantivesse uma enorme franja na parte da frente! Se eu já sofria Bullying por causa de meu visual, imagine agora com esse cabelo tão chamativo. E assim aconteceu, mais uma vez.
            No entanto, Ene, uma de minhas amigas do cursinho, começou a fazer amizade com um dos caras pertencentes ao grupo de Bullies que “zoavam comigo”. E eu aproveitei a oportunidade, juntamente com meu amigo Dezones (que também estava na minha classe), para me aproximar desse cara também, chamado Gt. Ele era um cara bem difícil, que ainda me tratava com desdém, mesmo eu tratando o mesmo com respeito. Consequentemente, a partir daí, comecei a ter um contato um pouco maior com o restante da “gangue de Bullies” de Gt, que ainda me tratavam muito mal, antes que eu me esqueça. Porém, um pouco antes dessa aproximação, eu comecei a conversar com um outro cara, também pertencente ao grupo de Bullies, chamado Ty. Apesar dele ser amigo dessa turma que me “zoava”, Ty era mais sossegado, ponderado, educado e, o principal: era baixista e gostava de punk rock. Nossa amizade foi inevitável, por causa desse fato. Em uma certa noite, inclusive, armamos algo que mudaria todo o rumo da minha história, naquele ano. Tudo mudaria drasticamente! Combinei com Ty que eu levaria o violão na escola, para tocarmos algumas canções!
            Naquela noite, eu estava sem meu carro, então Dezones me apanhou, com o seu veículo, no refeitório da empresa a qual trabalhávamos na época. Eu e meu violão! Partimos, então para o Objetivo. Pois bem, lá por volta do horário de término das aulas (pelo que me lembro, teríamos as últimas aulas vagas), Ty e seus amigos Bullies estavam todos reunidos em frente à escola, quando, de repente, eu cheguei com meu violão. Eu e Dezones! Os caras ficaram muito surpresos com aquele fato, nem imaginavam que eu tocava. Então eu mostrei para Ty uma música que eu havia tirado há pouco tempo: Havana Affair, dos Ramones. Apesar do punk rock não ser um estilo muito complexo, aquelas mudanças repentinas feitas em “power acordes” são muito agradáveis de se ver. Além do fato de eu ter decorado a letra da música em inglês e estar cantando tudo perfeitamente no tom. Os Bullies ficaram boquiabertos. “Nossa, você toca muito bem”, alguns até me elogiaram. Toquei mais algumas canções e, por fim, nos despedimos. Para mim, nada de tão espetacular havia acontecido naquela roda de violão. Porém, no carro, percebi que Dezones estava maravilhado, em estado de êxtase enquanto dirigia. E me explicou o porquê.
            “Billy, você tem noção do que você acabou de fazer?”, Dezones ria de satisfação. Eu disse que não sabia, que não tinha menor ideia do que ele estava falando. Então Dezones prosseguiu: “Você reparou na cara deles? Billy, esses caras passavam a maior parte do tempo, desde o início do ano, ‘zoando’ com você e te tratando mal. Então, em apenas uma ‘tocada’ de violão, você acabou com todos os caras de uma só vez.”. “Eu fiz isso?”, perguntei, incrédulo. Para mim, tocar violão e cantar foi algo natural, onde não tive a intenção de humilhar ninguém. Inclusive, fui educado e cordial como sempre. “Vamos ver como vão ser as coisas daqui para frente, Billy! Tenho certeza que tudo vai mudar a partir de agora”, Dezones completou. E mudaram mesmo! A partir dali, todos os Bullies começaram a me tratar com respeito, inclusive até mesmo me convidando para churrascos e outros eventos. Um violão consertou toda a minha vida social! Concluí que eu deveria ter feito isso há muito mais tempo, ou seja, começar a aprender a tocar muito mais novo. Imaginem como isso me ajudaria nos tempos de ginásio e colegial? Seria maravilhoso!
            É muito importante, para a nossa satisfação pessoal, desenvolver algum tipo de arte. Não importa qual tipo: pode ser música, pintura, artesanato, poesia, etc. Eu vivo incentivando meus amigos a ingressarem nesse mundo tão fascinante. Muitas vezes ganhamos respeito com a arte, conforme relatei anteriormente, no caso do violão. É muito estranho imaginar que muitas pessoas irão passar por essa vida sem ter criado absolutamente nada, do ponto de vista artístico. Não me interpretem mal: não estou dizendo que o desenvolvimento de algum tipo de arte é algo imprescindível para se ter uma vida digna. Claro que não! Entendo que muitas pessoas não tem tempo para isso: algumas se dedicam exclusivamente à sua profissão e aos estudos. Outras, ainda, participam ativamente de projetos sociais. É possível, inclusive, ter uma vida feliz sem praticar qualquer tipo de arte, tanto no meio dos amigos como da família. Entendo tudo isso perfeitamente, mas uma coisa eu posso dizer, com certeza: se, além das atividades mencionadas, você conseguir desenvolver, paralelamente, algum tipo de arte, será acrescida à sua vida um prazer todo especial. Sua vida terá um tipo de satisfação diferente, difícil de exprimir em palavras. Seria como aquela “pitadinha de sal”, que faz toda a diferença no sabor do alimento. Pense nisso! Nunca é tarde para se dedicar à alguma atividade que irá te fazer feliz! Nunca é tarde para se adquirir novos conhecimentos! Nunca é tarde para se fazer a diferença nessa vida tão conturbada!

sábado, 2 de novembro de 2019

Capítulo 12 – E ela foi embora... E a depressão chegou... - Livro: O livro do amor para os corações solitários



Livro: O livro do amor para os corações solitários

Capítulo 12 – E ela foi embora... E a depressão chegou...


            Quando 1996 finalmente chegou, os meus laços de amizade com Cindy estavam ainda mais fortes e, praticamente, não conseguíamos viver um sem o outro. Todos os dias, na parte da noite, nos encontrávamos na esquina de casa, para conversar. Sim, todos os dias, sem exceção. Infelizmente, Pam já havia se mudado naquela época e, assim, perdi o contato com minha grande paixão. Mas eu ainda tinha Cindy, até que a mesma teve que se mudar também. Eu era muito dependente dela e ela de mim. Então, para ambos, foi uma situação muito triste. Nessa época, eu havia começado a ouvir a banda Black Sabbath e aquelas suas músicas sombrias estavam de total acordo com meu estado de espírito. Parecia até que eles estavam querendo dizer: “Billy, nós sabemos o que você está sentindo”.
            A falta que Cindy me fazia, juntamente com alguns desentendimentos com velhos amigos e posterior rompimento de laços de amizade com eles (a maioria desses amigos, inclusive, fez parte minha banda) culminaram, por volta de 1998, em uma grande depressão. Comecei a tomar remédios muito fortes, que muitas vezes não faziam o resultado esperado. Pudera, não era só de remédios que eu precisava, e sim de amigos! E também, quem sabe, de um grande amor! Infelizmente, tanto o paradeiro de Ingvill como de Pam, minhas duas grandes paixões, era praticamente desconhecido, naquela época. A depressão é algo muito estranho, com sensações e efeitos colaterais diversos, porém o aspecto mais estranho dessa enfermidade, na minha opinião, é aquela sensação de medo de algo que você nem ao certo sabe o que é. Apesar de toda a dificuldade, eu sabia que eu precisava dar um primeiro passo. Sim, a depressão só pode ser vencida quando decidimos dar o primeiro passo. E assim procedi: decidi sair do meu isolamento e reatar a amizade com os amigos que perdi. E, o mais legal de tudo: conheci Micky, meu vizinho, que se tornou um dos meus melhores amigos e com quem eu montaria uma nova banda, no futuro. Vejam bem: o primeiro passo para sair da depressão, o qual me referi, não é fácil e também não acontece de uma hora para outra. Como procedi? Primeiramente, comecei a pensar na possibilidade de reatar a minha amizade com os amigos e voltar a sair. Sim, comecei a pensar nessa possibilidade e fui amadurecendo a ideia em minha mente. Até que surgiu a oportunidade de realizar o referido procedimento.
            Muitas pessoas dizem, nos dias de hoje, que eu tenho uma grande paz de espírito e uma tolerância que, às vezes, beira a uma espécie de santidade. Porém, confesso que nem sempre fui assim. As coisas realmente mudaram depois da minha depressão, onde comecei a perceber que todas as pessoas são interessantes e tem o seu valor. Valorizar as amizades e procurar ser, também um bom amigo: esse era o segredo da felicidade, sem dúvida. Respeitar as pessoas ao meu redor! É claro que não foi uma mudança da noite para o dia, e sim algo gradativo, que foi acontecendo ao longo dos anos, a partir da época em que saí da depressão. Eu ainda cometeria alguns deslizes como, por exemplo, na noite em que eu e Micky fomos “pegar” Leny (o então baterista da nossa nova banda). Vou explicar melhor a situação.
            Estávamos descontentes com nosso amigo Leny já fazia algum tempo, visto que ele estava faltando muito aos ensaios. Porém, no que se refere ao lance da amizade, ainda saíamos juntos e tínhamos um bom relacionamento. Então, o que aconteceu? Em uma determinada ocasião, Micky e Leny combinaram de sair com duas lindas garotas. O encontro foi muito legal, eles ficaram com as meninas e Micky acabou se apaixonando pela sua nova garota (a qual não me recordo o nome agora). Leny então disse para Micky que, como ele havia gostado do encontro, eles poderiam combinar outras oportunidades de saírem com as duas meninas. Porém, isso não aconteceu. E, pior: Micky descobriu que Leny estava saindo com a sua garota, justamente a garota que ele amava. Micky era um cara sensato, apesar de rebelde. E a rebeldia acabou superando a sua sensatez, naquele difícil momento. Assim, certa noite, Micky me chamou no portão de casa e explicou toda a situação, aquela grande “mancada” que Leny havia aprontado com ele. E desconfiava de que, naquele exato momento, Leny estivesse ficando com a menina, no final da avenida Jânio Quadros, que ainda estava em construção (a referida avenida acabou se chamando avenida Moussa Tobias, anos mais tarde). Como eu também estava “fulo da vida” com Leny por causa de sua falta de comprometimento como baterista da banda, aceitei sem hesitar o convite que Micky me fez: pegar Leny no flagra com a sua garota. Então, nos dirigimos para a avenida Jânio Quadros. No caminho, perguntei para Micky se iríamos pegar o Leny de “porrada”. Micky disse que, primeiramente, deveríamos verificar toda a situação durante o flagrante e, só posteriormente, decidir a melhor atitude a ser tomada. Para sorte de Leny, naquela noite, ele não estava na avenida Jânio Quadros com a menina. No entanto, passado alguns dias, eu e Micky o expulsamos da banda. Leny ficou possesso e demorou um tempo para reatarmos a amizade novamente. Pegar Leny de porrada: uma atitude que eu jamais tomaria nos dias de hoje. Mas éramos muito “selvagens” naquela época, então essa hipótese, para nós, seria algo corriqueiro. Hoje, fico muito feliz de não encontrarmos Leny naquela noite e não agredir o mesmo. Como eu já disse, atualmente sou totalmente contra a violência.
            Aos poucos, para a minha felicidade, o meu contato com Cindy foi se tornando mais frequente. Além disso, ela começou a se enturmar com a minha nova “gangue” e, por causa de sua beleza, acabou chamando muito a atenção dos meus amigos. Confesso que eu sentia muito ciúmes de Cindy por causa disso e, em contrapartida, meus amigos também ficavam muito enciumados ao notarem que Cindy tinha um carinho todo especial por mim. Então, em determinada ocasião, Cindy e eu combinamos de fazer uma visita para Pam. Fiquei um pouco ansioso com essa visita pois, afinal, eu estaria reencontrando um dos grandes amores de minha vida mais uma vez. Mas tudo correu bem: Cindy e eu fomos buscar Pam em seu trabalho, com o meu carro e, depois, nos dirigimos até a sua residência, onde fomos muito bem recebidos pelos seus familiares. Algum tempo depois, já em 1999, organizamos uma festa de meu aniversário, onde pude reunir os velhos amigos novamente. E Pam também compareceu! Na ocasião, sempre muito carinhosa, Pam me disse que não conseguiu me comprar um presente, já que estava sem dinheiro. Porém, ela havia me comprado um cartão e escrito uma mensagem. Na minha opinião, um cartão com uma mensagem de Pam, meu grande amor, era muito melhor do que qualquer presente do mundo. No entanto, não consegui entender o que ela havia me escrito. Não por causa da caligrafia, mas sim pela maneira como ela expressou aquela mensagem com suas próprias palavras. Só fui compreender o que ela havia me escrito muitos anos depois. Mas isso vai ser explicado ao seu devido tempo.
            Percebam que o fato de Pam me escrever uma mensagem no cartão foi algo espontâneo, que partiu dela, ou seja, um procedimento totalmente correto. Por esse motivo que eu não participo de “correntes” na internet. Estou me referindo àquelas “correntes” de mensagem, do tipo: “Se você gostou, mande para 10 pessoas e, se você gosta de mim, me mande novamente a mensagem”. Muita gente já ficou chateada comigo, por eu não mandar a mensagem de volta. Mas, pensem bem: você vai mandar uma mensagem para seu amigo porque ele pediu para você? Qual o sentido desse procedimento? Se eu quero homenagear um amigo com uma mensagem, essa atitude deve partir de minha pessoa, em um ato espontâneo, e não porque o mesmo me solicitou. Eu fico até feliz quando alguém se lembra de mim e me manda uma mensagem desse tipo, porém eu não mando de volta e, tampouco, mando para 10 pessoas (afinal, tenho muitos amigos e escolher só 10 seria muito injusto). E outra coisa: vamos supor que eu resolva entrar na brincadeira e mande a mensagem para 10 amigos, sendo que os mesmos, por sua vez, também entrem na “jogada” (ou seja, mandem a mensagem de volta para mim e escolham mais 10 amigos para enviar também). Quer dizer, eu vou receber a mesmíssima mensagem 10 vezes! Isso é muito chato! E, na maioria das vezes, são aquelas mensagens de sempre, clichês, do tipo “Você tem que acreditar em você” ou “Você tem que ouvir o seu coração”. Mensagens prontas, com uma imagem bonita ao fundo e sem nenhum conteúdo relevante. Confesso que prefiro muito mais quando a pessoa me elabora uma mensagem pessoal, ao invés de pegar algo pronto e totalmente clichê para me enviar. É esse, inclusive, um dos grandes objetivos do presente livro: se eu for falar sobre depressão (como fiz no presente capítulo), que seja alguma coisa diferente e significativa, não apenas o básico, aquele tipo de coisa que todo mundo já sabe. Nada de clichês! E, o mais importante, tratar cada assunto com sinceridade. E sem essa de dizer que “eu não sou grosso, eu sou sincero”. Isso é desculpa, uma verdadeira conversa fiada! Sinceridade não tem nada a ver com grosseria: sim, é possível você ser sincero com educação. Como estou fazendo aqui, ao escrever essas palavras. Enfim, gostaria que vocês não ficassem tristes comigo por eu não reenviar as mensagens pertencentes às correntes. Como eu disse, eu fico muito honrado por ter sido lembrado no envio das referidas mensagens (e são pessoas muitos especiais que me mandam, pode ter certeza). Porém, a partir dos meus princípios, não me sinto a vontade em reenviar.