Livro: "A Era
do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"
Capítulo 23 - O azar
domina... Digo, Di Domina (ou Zi Zomina)!
Vou falar de festa novamente... Para
falar a verdade, a única festa de Design (“oficial”) que eu realmente gostei
foi a primeira (na Vinoma, contrariando as minhas expectativas). Sei lá, achei
as outras “mais ou menos”, pois, nas referidas festas, eu me limitava a ficar
andando sem rumo, de um lado para o outro, tentando conversar com algum amigo
(sem sucesso, por causa do barulho ensurdecedor). Enfim, ficava apenas perdendo
o meu tempo nas festividades, para ser mais franco. E estava sempre de “saco
cheio” de tudo! “Então, por que você comparecia?”: sei lá, talvez para não dar
uma de “chato” ou de “anti social”. Eu realmente nunca soube explicar o que eu
estava fazendo por ali.
A terceira festa “oficial”, de 2007,
foi um verdadeiro caos para mim. Foi em uma república localizada próximo à
esquina da avenida Duque de Caxias com a rua Araújo Leite. De início, pensei
que o “desenrolar” da festa seria exatamente igual à festa ocorrida em 2006: eu
andando sem rumo, pessoas embriagadas caindo pelo chão, som ensurdecedor... A
única diferença foi que o “azar” estava presente para me fazer companhia. Achei
que ficaria interessante eu enumerar os acontecimentos, um por um, utilizando
um parágrafo para cada (“eita”, isso é muito “metalingüístico”, hein?).
Como todos devem saber, os banheiros
das festas, geralmente, ficam reservados às meninas. Não que os homens não
possam usar: na verdade, é tão lotado que nem vale a pena ficar esperando na fila.
Então, o que nós homens fazemos? Exato: improvisamos um banheiro em algum lugar
isolado e “não frequentado”. Assim, encontrei um “beco” em uma rua próxima e
ali “inaugurei” um banheiro. No entanto, na primeira fez em que fui usar o
mesmo, não me perguntem como, consegui fazer “xixi” e meus próprios sapatos”. Fiquei
abismado! Não acreditei naquilo! Sorte que eu tinha uns lenços de papel no
bolso e consegui “enxugar” os sapatos (que, por sorte, eram impermeáveis). Meu
alívio era que existia uma torneira no quintal da república (ou seja, eu
poderia umedecer os lenços e limpar os sapatos de maneira mais “profunda”). E
assim procedi, mas como uma parte do quintal era de terra e pedriscos, meus
sapatos ficaram um pouco “enlameados”.
Dando prosseguimento, algum tempo
depois, fui verificar as “condições” do meu carro (ou, melhor dizendo, se ainda
estava no local onde eu havia estacionado). Tudo em ordem! O único problema foi
que, ao retornar à festa, passei em frente à uma lanchonete onde vários jovens estavam
bebendo e uma garotinha, dizendo que não queria mais beber a sua cerveja
(consegui ouvir a mesma dizer algo do tipo), resolveu se livrar da bebida,
justamente na hora em que eu passava ao seu lado. E minha jaqueta de motoqueiro
foi a vítima! A menina tentou se desculpar, mas eu deixei ela falando sozinha,
de tão irritado que eu fiquei. Chegando mais uma vez à festa, fiz uso da
torneira. O que mais faltava acontecer?
Andando por aqui, trombando com
alguém por ali, saltando uma poça de vômito acolá, acabei encontrando meu amigo
John Vic passando mal. Carolyn, Gi e David
estavam tentando ajudá-lo e eu me ofereci para dar uma carona para eles, até o apartamento
onde John Vic residia. Quando chegamos ao meu carro, o que eu temia aconteceu:
haviam tentado arrombar a porta! Acredito que o pessoal nem percebeu (e eu não
falei nada), já que estávamos preocupados com o John Vic! Assim que todos
entraram no carro, fui desentortar a porta com o joelho (uma técnica que um
amigo me ensinou), mas acabei dando uma joelhada na porta ao invés disso. Cai
na beira da calçada gemendo e meus amigos (Carolyn, Gi, David e acho que até mesmo
John Vic) ficaram me olhando sem entender nada, como estivessem querendo me
dizer: “Pô Billy, o que você ta fazendo aí, rolando no chão?” Depois que a dor
passou, entrei no carro e finalmente levamos John Vic até o seu apartamento. O
legal no John Vic é que, mesmo “quase morrendo”, ele é uma pessoa que ainda consegue
manter o senso de humor. Ele disse algumas coisas engraçadas que, apesar de não
me lembrar (e apesar de toda a minha desgraça), me fizeram dar muita risada na
ocasião.
De volta à festa (já estava
amanhecendo), de joelho dolorido, jaqueta cheirando à cerveja e sapatos
enlameados, encontrei o óculos de alguém jogado no chão, no meio da poeira. Fui
falar com Hughes e alguém que estava com ele (não me lembro quem) disse que era
o proprietário do óculos. Por fim, Hughes (naquele papo de bêbado de sempre, do
tipo “você é o melhor amigo que eu tenho”) resolveu dar uma “melhorada” no meu
topete e “despenteou” todo o meu cabelo (ele disse “seu cabelo assim é que fica
bonito, Billy”). Joelho, jaqueta,
sapatos, vidro do carro: agora, eu havia “perdido” meu penteado também.
Quando a festa acabou, dei uma
carona à minha amiga Samantha e outro amigo dela. Eles me ajudaram a
desentortar a porta do carro (até que o serviço ficou bom). Cheguei em casa, tomei
um “fumo” de minha mãe (preocupada pela minha demora, quase chamou a polícia
para me procurar) e em seguida parti para Avaré (era aniversário de algum parente
meu). Terminei meu fim de semana de maneira melancólica, na beira da represa,
tocando “Boêmia”, do Nelson Gonçalves (na verdade, improvisando qualquer coisa
enquanto o pessoal cantava). E que sono!
E que azar! Eu acho que eu toquei umas quatro vezes seguidas a referida canção,
até que fiquei de “saco cheio” e decidi que não iria mais “brincar” de tocar
violão. É praticamente impossível explicar para as pessoas que a minha “formação
em violão” é completamente voltada para o Rock. Porém, as pessoas possuem
aquela ideia: “quem sabe tocar violão toca qualquer coisa”! Não, meus amigos,
eu toco somente o que eu gosto! É a grande realidade!
Bom, e assim foi a terceira festa de
DI! Mas, o que significa “Zi Zomina”? Realmente, eu mesmo não sei ao certo
(cabe uma nota de rodapé aqui, caso alguém saiba). Reza a lenda que foi uma
“veteranete” que estava embriagada e não conseguiu pronunciar direito a frase
“DI Domina”.