domingo, 4 de novembro de 2012

Capítulo 20 – Provando do próprio veneno... - Livro: "A Era do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"

Livro: "A Era do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"

Capítulo 20 – Provando do próprio veneno...



            Uma das melhores coisas do mundo é dar risada, e estar em um lugar onde as pessoas são divertidas e bem humoradas nos dá aquela sensação de “parada no tempo”: os problemas simplesmente “somem” de nossa mente e pensamos somente no motivo pelo qual nossas gargalhadas “vazam” de nossos lábios. Que bom seria se tudo fosse sempre dessa maneira! É verdade que existe a possibilidade de se lembrar de coisas engraçadas a todo momento, de modo que o sentimento de alegria permanece inalterado, como se estivéssemos vivenciando a “piada” pela primeira vez...  A minha classe de Programação Visual (juntamente com a outra, de Projeto de Produto) nos rendeu muitos momentos de alegria, diversão e gargalhadas (seguindo mais ou menos o sentimento que relatei até aqui).
       Mas tudo tem limite...
       É claro que muitos não concordarão (pelo fato de serem muito jovens para entender), mas eu tenho certeza de que, quando chegarem à “Idade da Razão” (na qual eu me enquadro no momento), irão admitir que muitas das “trapalhadas” e “bagunças”, durante as aulas, eram extremamente exageradas. Não estou querendo defender a minha classe, mas devo admitir que os amigos de Projeto de Produto, na maioria das vezes, eram os que mais passavam dos limites no que se refere às brincadeiras (apesar da minha classe de Programação Visual não estar isenta da “palmatória” em relação à referida atitude). “Pô, mas primeiro você diz que ser divertido é bacana, depois diz que as diversões eram muitas vezes exageradas... Em que sentido? Não dá para explicar melhor?” Sim, explicarei com mais detalhes.
            Realmente, eu concordo que a classe deva estar sempre feliz, fazendo piadas e “coisa e tal”, contanto que a referida atitude não atrapalhe a explicação do professor (muitas vezes deixando o mesmo constrangido) ou que prejudique a apresentação de um seminário ministrado por algum colega de classe. Devo admitir que, muitas vezes, as brincadeiras durante os seminários me ajudavam a reduzir a ansiedade (era tipo um “quebrando o gelo”). Outras vezes, porém, a atitude dos colegas em satirizar uma pequena “gaguejada de nervoso” ou uma palavra estrangeira “mal pronunciada” me causava calafrios durante as apresentações. Até o momento em que resolvi usar isso ao meu favor... Uma pequena “vingança benigna”, que não prejudicaria ninguém e, quem sabe, faria com que as “brincadeiras exageradas” tivessem o seu fim (mera ilusão, descobri tempos depois).
            “Olhar com estranheza aquilo que é natural, olhar com naturalidade aquilo que é estranho”: foi o tema do trabalho final de Antropologia (ou mais ou menos isso; escrevi com minhas próprias palavras o tema proposto pelo professor). Um dos melhores trabalhos foi, sem sombra de dúvida, o apresentado pelo grupo de Abraham: fizeram uma visita a um albergue e entrevistaram os seus “moradores”. Posteriormente, os referidos “moradores” cantaram o Hino Nacional. Toda a visita foi registrada em vídeo e, particularmente, foi um dos trabalhos mais geniais e tocantes que presenciei nos meus anos de Unesp, um trabalho que realmente nunca sairá da minha memória.
            Quanto ao meu grupo (eu, Marky e John), de início tivemos algumas dúvidas em relação ao nosso trabalho: o que poderíamos apresentar de interessante, que respeitasse o tema proposto? A inspiração veio ao acaso: eu havia acabado de adquirir o filme “O homem elefante”, que conta a história das aventuras (e desventuras) do pobre Joseph Merrick, ser humano que sofria de uma rara doença, a qual deformou parte de seu corpo. Impressionado com toda a trama, resolvi pesquisar na Internet a história do Merrick verdadeiro e acabei descobrindo um site que mostrava outras enfermidades da mesma natureza (às vezes muito piores). No entanto, o site não era de “mau gosto” ou desrespeitoso. Pelo contrário, o mesmo mostrava as pessoas felizes, motivadas, trabalhando (apesar das graves deficiências físicas que as mesmas possuíam). Enfim, o que para nós era algo estranho (no caso, as deficiências), para essas pessoas era algo natural, ou seja, as mesmas aprenderam a conviver com as suas limitações, sem perder a alegria de viver. Mostrei para Marky e John a ideia e os dois concordaram que a mesma tinha muita relação com o tema do trabalho de Antropologia proposto. Assim, resolvemos fazer um vídeo mostrando as fotos das pessoas deficientes (imagens organizadas por John) e uma “mixagem” com algumas músicas legais (“mixagem” produzida por Marky e eu). Além disso, resolvi introduzir a minha pequena “vingança benigna”, no intuito de “minar” as brincadeiras fora de hora, que tanto prejudicavam os seminários. Qual foi o procedimento? Imaginei, de antemão, qual seria a reação (satírica) dos “telespectadores” em relação às imagens apresentadas e, posteriormente, no próprio vídeo, organizei algumas frases que, por sua vez, iriam satirizar a reação sarcástica do público que assistia à “película”. Por exemplo: tinha uma gravura que apresentava uma pessoa com vários “pênis”: gravura que, com certeza, iria gerar várias gargalhadas e até algumas “piadinhas” (a reação). Logo após a projeção da referida gravura (e das “piadinhas”), o vídeo apresentava a legenda “Você ri? Só ri da cicatriz quem nunca foi ferido”. Dessa forma, durante todo o vídeo, as reações sarcásticas eram “minadas”, logo em seguida, pelas próprias frases sarcásticas, uma espécie de “provando do próprio veneno”. Infelizmente, durante a apresentação, houve uma falha no computador e as legendas não apareceram. Affff! Ainda assim, meu amigo David disse que achou legal a apresentação, que as músicas e o conteúdo das imagens, conceitualmente, fizeram todo o sentido (apesar do vídeo ser bem rudimentar). No entanto, devo admitir que as frases, em forma de legenda, eram o ponto alto de todo o trabalho e, ao ficarem de fora, por motivos técnicos, muito prejudicaram o conceito original do projeto. Uma pena! Pretendo encontrar esse vídeo (eu ainda tenho guardado em algum CD), para verificar o conteúdo do trabalho e “matar” a saudade. Não supera, de forma alguma, o trabalho do Albergue (apresentado por Abraham e seu grupo), mas foi um dos meus trabalhos favoritos.
            Quando comecei a trabalhar no presente livro, eu tinha em mente escrever algo mais “despojado” e divertido. No entanto, devo admitir que os últimos capítulos (incluindo este) se apresentaram de maneira muito “técnica” ou “filosófica”, fugindo do meu intuito original (exatamente como a ausência das legendas do nosso trabalho, fato que expliquei anteriormente). Pretendo retomar o conceito inicial nos próximos capítulos, podem ficar tranqüilos, amigos leitores! Mas vocês devem admitir que, ainda assim, é divertido e curioso um livro que critica o seu o próprio conteúdo (o que acabei de fazer neste último parágrafo). Além disso, tem o meu exagero em repetir sempre o termo "devo admitir", várias vezes, durante a narrativa... É, até que não estou fugindo muito do conceito original não...
           

domingo, 26 de agosto de 2012

Capítulo 19 - Como era o “download” na década de 80 ? - Livro: "A Era do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"


Livro: "A Era do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"


Capítulo 19 - Como era o “download” na década de 80 ?


            Isso mesmo! O título fala por si mesmo! Não foi com o “lançamento” da internet que o referido procedimento surgiu. “Mas por que ele está falando nesse assunto? O livro que eu estou lendo não é sobre os anos Unesp?”: o leitor, certamente, está perguntando. Na verdade, estou tocando no assunto pelo fato de ter apresentado um seminário na Unesp (juntamente com John e Marky) falando sobre a história dos computadores. E sobre o referido tipo de download, infelizmente, acabamos nos esquecendo de explicá-lo no seminário (justamente um dos assuntos mais legais).  Então, decidi falar dele no presente capítulo.
        A ideia do seminário sobre os computadores surgiu quando a professora Leidy, que ministrava as aulas de “História do Desenho Industrial”, propôs um trabalho onde cada grupo deveria escolher um objeto e contar a sua história, desde os primórdios. No ato, lembrei dos meus computadores antigos que ainda guardo com carinho (um Msx Hotbit e um Pc XT) e perguntei a John e Marky o que eles achavam de um trabalho sobre a História dos Computadores (equipamento tão popular nos dias de hoje), com direito à exposição dos meus velhos equipamentos na sala de aula. Os dois acharam a ideia muito boa e, assim, começamos a preparar o conteúdo da apresentação, desde os tempos do ábaco (considerado, por muitos, o primeiro computador) até os computadores mais atuais. E no dia do seminário, instalei, na sala de aula, meu velho Pc XT (com direito à uma demonstração do seu barulho de “turbina de avião”, ao ser ligado) e o meu MSX. Um fato que me deixou um pouco desapontado (estou exagerando, não é para tanto) é que a maior parte do pessoal achou que o MSX era um videogame, pelo fato de ser ligado direto em uma TV (na época de seu lançamento, os monitores eram monocromáticos e, por esse fato, utilizávamos a TV para desfrutar de suas cores). Quando o seminário começou e, finalmente, pude apresentar a minha parte (referente aos computadores da década de 80), entendi o motivo do engano (referente ao monitor improvisado): apesar de ter sido muito popular no Brasil, boa parcela de meus amigos nunca tinha ouvido falar de um MSX (pelo fato de serem mais novos que eu). Justificando esse desconhecimento, foi com assombro que eles receberam a informação referente ao armazenamento de dados, realizado por meio de Fita Cassete (isso mesmo, a mesma utilizada para gravar músicas). A Fita Cassete era uma alternativa “barata” para quem não tinha condições de comprar os drives que utilizavam “disquetes”. No entanto, o armazenamento de programas em fita cassete, apesar de ser uma alternativa barata, não era a mais eficiente. Na maior parte dos programas, o carregamento demorava cerca de 10 a 15 minutos (alguns demoravam até mais), isso quando não aparecia a mensagem irritante de “Erro Periférico” e era preciso rebobinar a fita, iniciando o carregamento desde o princípio. E aqui, finalmente, com essas últimas explicações, posso falar do assunto referente ao download na década de 80 (o qual esqueci de relatar no seminário).
            O que aconteceria se pegássemos uma Fita Cassete com um programa de computador e colocássemos para tocar em um aparelho de som convencional? Eu já fiz isso e o resultado é um ruído ensurdecedor que sai das caixas de som. Apesar de eu não saber explicar em termos mais técnicos todo o processo, é justamente o referido ruído que contém todos os dados para o carregamento do programa. As Fitas Cassetes eram uma verdadeira decepção no carregamento de programas, porém era possível transmitir, via rádio FM, o referido ruído que elas proporcionavam. Assim, se você estivesse em sua casa, bastava sintonizar a rádio FM e gravar todo ruído transmitido em uma Fita Cassete qualquer. Em seguida, era só colocar a mesma em seu computador e mandar carregar o programa. Pronto, era assim o download naquela época! E não estou “viajando na maionese”, pois existiam algumas rádios universitárias, na época, que realmente transmitiam os programas para os seus alunos via rádio FM. Eu, particularmente, não tive a chance de realizar o experimento (pois fiquei sabendo do mesmo muitos anos depois, quando os disquetes já “dominavam”). Porém, desfrutei da oportunidade de ver o meu pai unindo dois “toca-fitas” (naquele tempo ainda não existiam os aparelhos com “duplo deck”, ou seja, com dois gravadores) e gravando o ruído dos programas de uma fita para a outra (para fazer “back-up” dos referidos programas).
            Pois é! E nos dias de hoje, às vezes, eu ainda reclamo quando o computador fica lento! A lentidão de hoje seria considerada “a velocidade da luz” na década de 80. Apesar disso, a época dos primeiros computadores pessoais me deixou muitas saudades!

sábado, 23 de junho de 2012

Capítulo 18 – Nunca brigue com o seu professor... - Livro: "A Era do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"

Livro: "A Era do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"

Capítulo 18 – Nunca brigue com o seu professor...



            É engraçado como as coisas mudam nessa vida... A idade chega, mas, para mim, o referido acontecimento só me trouxe benefícios. É possível manter a paciência e a serenidade em qualquer momento, em qualquer situação. A razão utilizada em seu “grau máximo”, “balanceada” com os sentimentos. Surge aquele tipo de otimismo saído das “entranhas”, surgimento que eu nunca havia imaginado que pudesse acontecer. Acredito que o “ponto da virada” (para toda essa paz de espírito), cronologicamente falando, aconteceu na época da “passagem”, ou seja, quando o meu livro “Diários de Billy Winston” passou da primeira para a segunda parte (pretendo comentar o referido fato mais para frente, para não atrapalhar a cronologia do presente livro). Ao despertar pela manhã (ontem mesmo), imaginei um esquema que representa tudo o que eu falei até aqui (referente à serenidade, paz de espírito, enfim):

Otimismo----------------------------------1ª divisão

Espaço “em branco” para a ação do ser humano

Pessimismo-------------------------------2ª divisão

            Não sei se o meu esquema pode ser considerado pertinente ou não passar de uma grande “alienação”. Ou talvez, quem sabe, alguém já tenha pensado nele antes de mim (se eu vi o mesmo em algum lugar, juro que não me lembro; ficarei feliz, caso seja uma “inspiração original” de minha parte, apesar disso não ser mais importante do que o seu significado). Mas, o que significa esse esquema? Simples: imaginei eu mesmo como ser humano em tempos passados, vagando entre o espaço compreendido entre a 1ª divisão (Otimismo) e a 2ª divisão (Pessimismo). Ou seja, infinitas possibilidades de variação de humor: quando mais próximo da linha do Otimismo, mais feliz eu estava; quando mais próximo da linha do Pessimismo, mais triste eu me encontrava; se eu estivesse “alinhado” à 2ª divisão (ou seja, exatamente em cima da linha do Pessimismo, que constitui o grau máximo do referido sentimento), com certeza eu estava no “fundo do poço”; na minha situação atual, acredito que eu, pelo menos na maior parte do tempo, esteja exatamente “alinhado” à 1ª divisão, pertencente ao Otimismo e, por esse fato, estou sempre de bem com a vida, por mais que ela seja cruel em certas situações.
            “E qual o segredo para ficar sempre alinhado à linha do otimismo e estar sempre de bem com a vida?”, o leitor deve estar perguntando. Infelizmente, não tenho como responder a pergunta com precisão: afinal, são tantos seres humanos, tantas diversidades de caráter, tantas aptidões diferentes; ou seja, cada um deve tentar encontrar, com paciência, o seu próprio caminho para a felicidade. O máximo que eu posso fazer é explicar como eu consigo me manter no caminho da felicidade, pelo menos na maior parte do tempo: me dedicar, de corpo e alma, às coisas que eu gosto (a maior parte delas inseridas no campo da arte, como a literatura, desenho, pintura e música). Exercendo tantas atividades, para mim tão prazerosas, a minha mente “não tem tempo” de se alinhar à linha do Pessimismo e, consequentemente, a vida será sempre tão interessante. A parte mais legal de toda essa “empreitada” são os amigos que possuem os nossos mesmos gostos e com quem podemos trocar ideias, estabelecendo um convivência saudável e duradoura. Resumindo: não dê tempo para a sua mente ficar pensando em “bobagens”, não permita que ela se aproxime (ou se alinhe) à linha do Pessimismo, exerça as suas atividades favoritas e divida as suas satisfações com os amigos.
            “Quer dizer, então, que você nunca fica com raiva? Quer dizer, então, que eu posso lhe ‘xingar’ e ‘ser grosso’ com você à vontade, que você não vai se importar?”, eu sabia que algum leitor faria essa pergunta. É óbvio que eu me sentirei (muito) ofendido com esse tipo de “grosseria” e, com certeza, ficaria algum tempo próximo à 2ª divisão (Pessimismo). Mas, com certeza, a mudança de divisão (ou seja, a transição de “pessimismo” para “otimismo”) seria muito mais rápida, ao se adotar o procedimento “de estar de bem com a vida”, conforme relatei acima. Ou seja, seria uma transição mais rápida entre o momento da ofensa (ou ”grosseria”) e o retorno às coisas que eu amo (e, consequentemente, o retorno aos amigos com quem eu me importo). Não existiria mais aquele “lance” de ficar se “remoendo” por vários dias, por causa da ofensa.
            Por falar em ofensas, qual a sua atitude quando, inesperadamente, alguém chega até você “com uma pedra em cada mão” e destila os maiores insultos contra a sua pessoa? “Me dá vontade de xingar e até ‘bater’ na pessoa, só não faço isso para não perder a compostura”, o leitor deve estar refletindo. Pois é, quando você toma essa atitude com o seu professor, ele também tem o mesmo sentimento. Finalmente, chegamos ao assunto principal do capítulo (até que enfim!).
            Em meados de 2006, no primeiro semestre do referido ano, minha classe teve vários problemas com o professor de Semiótica (Joe Vincent). Eu (assim como várias pessoas), particularmente falando, nunca guardei nenhuma mágoa por algum erro que o professor tenha cometido (afinal, todos, como seres humanos, estão sujeitos aos erros, frase que virou “clichê” já faz muito tempo). Pelo contrário, eu respeitava o professor Vincent, pois o mesmo sempre me tratou com educação. Além disso, eu achava muito legal o seu senso de humor “ácido” e irreverente.  No fim do semestre, juntamente com Marky e John, conversamos com o professor Vincent a respeito do trabalho final: estávamos pensando em criar uma animação, onde várias linhas fossem desenhando vários elementos, culminando com o logo da faculdade ao final da exibição. O professor gostou muito da nossa ideia, deu várias sugestões e, assim como nós, pareceu bastante empolgado com o projeto.
            Final do semestre, nosso tempo bastante escasso (por causa da enorme quantidade de trabalhos de outras disciplinas), mas, ainda assim, teríamos um domingo livre para podermos desenvolver o trabalho final de semiótica. Até que aconteceu o desentendimento, durante a aula, entre o professor Vincent e a maior parte da classe (que era formada pelas duas turmas de Design, ou seja, Programação Visual e Projeto de Produto). Não gostaria de me “alongar” muito a respeito do desentendimento e nem poderia, pois, realmente, não me recordo, ao certo, o que aconteceu (pelo que me lembro, era uma discordância da classe em relação ao próprio trabalho final). Aconteceu que, na aula da semana seguinte, o professor chegou à classe com uma proposta de um relatório (gigantesco) que deveria ser entregue juntamente com o trabalho (e que não estava nos planos, pelo menos antes do desentendimento). Não quero acreditar nessa hipótese, mas muitos diziam que seria uma espécie de vingança por parte do professor, que gerou ainda mais animosidade (incluindo até um suposto abaixo-assinado).
            Quanto ao meu grupo de trabalho (eu, John e Marky), nosso primeiro pensamento foi: “Ferrou, não vai dar tempo de fazer a animação, vamos ter que fazer um trabalho mais simples, o relatório vai tomar quase todo o nosso tempo disponível”. Porém, num segundo momento, a nossa atitude foi “vamos ter uma conversa (amigável) com o professor”. Naquele tempo eu, particularmente, não chegava nem perto da teoria entre a linha que separa o otimismo do pessimismo (explicada acima). Porém, no que se refere ao diálogo amigável com as pessoas (no caso, nossos superiores), posso dizer, modéstia a parte, que eu “tirava o procedimento de letra” (juntamente com Marky e John, que compartilhavam comigo o referido procedimento). Ou seja, no decorrer do curso, nunca tivemos nenhum desentendimento com qualquer professor. Enfim, fomos até o professor e, educadamente, explicamos toda a situação (precisávamos de tempo para fazer a animação, o relatório tomaria muito tempo, etc). Após toda a nossa “explanação”, o professor simplesmente disse: “Sem problemas, não precisam entregar nenhum relatório, vamos trabalhar apenas na animação, ela vai para a rede”. Problema resolvido!  Agora, imaginem se nós tivéssemos “colocado o dedo no nariz do professor”: certamente ele iria nos julgar “mal educados”, ficaria estressado e concluiria “Por que eu deveria ajudar as pessoas que me maltratam?”.
            Concluindo, se você não aprendeu o referido procedimento, nunca é tarde para incorporá-lo em sua vida. Qual procedimento? “Com o professor (ou gerente, ou chefe, ou coordenador) nunca se briga: sempre se conversa amigavelmente”, eis aqui a “máxima” do presente capítulo. Pode ser que, conversando educadamente, você não consiga mudar a opinião do seu superior, mas, pelo menos, ele não vai guardar mágoa de você e, em uma outra oportunidade, pode até “acatar” as suas sugestões.
            Nossa! O presente capítulo deu trabalho, ficou enorme... Assim, peço ao leitor que não façam que todo o meu trabalho tenha sido em vão: reflitam sobre tudo o que eu falei. Adquirindo toda essa “carga” a qual me referi exaustivamente nessa “narrativa”, vocês irão perceber que aquilo que várias pessoas chamam de “o segredo da vida” ou “o segredo da felicidade” simplesmente está nas mãos de cada um. Basta praticar...

sábado, 19 de maio de 2012

Capítulo 17 – Gases Estranhos - Livro: "A Era do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"


Livro: "A Era do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"

Capítulo 17 – Gases Estranhos



            Eu adorava estar na faculdade, e fazia o possível (e o impossível) para não faltar às aulas (se vocês repararem no meu histórico, constatarão que tive poucas faltas durante o curso). Mas havia algumas exceções (principalmente aquelas aulas teóricas em que o professor ficava falando sempre a mesma coisa). Nessas ocasiões, eu, Marky e John aproveitávamos para fazer uma “expedição” pela Unesp, nos aventurando por lugares onde nunca tínhamos passado anteriormente. Na referida época, inclusive, nós três havíamos montado um grupo de trabalho, que duraria até o final do curso.
            “Qual o melhor lugar da Unesp pra gente visitar primeiro?”, pergunta que tinha a resposta mais óbvia do mundo: “Ora essa, os laboratórios de Biologia!”. Sempre tive um fascínio por laboratórios de Biologia (e também de Química), com todos os seus aparatos, cadáveres para dissecar (e olha que eu não aguento ver sangue), espécimes de todo o tipo (do reino vegetal e animal) para serem analisados... Sinceramente, fiz Design (ou Desenho Industrial) mais pelo “lado artístico da coisa” (disciplinas como Desenho de Observação, História da Arte, Fotografia e Modelagem). Mas, sinceramente, a minha grande paixão (além das Artes) é a Química e a Biologia, e isso desde os tempos de criança (imagino a cara de espanto dos meus amigos leitores, ao lerem essa minha declaração). Sei lá, é um lance meio “Leonardo da Vinci” (antes que alguém me “xingue”, não estou, de maneira alguma, querendo me igualar ao grande mestre): apesar de não ter a genialidade do famoso pintor, sempre tive aquela mesma “mania” do mesmo, a de conviver harmoniosamente no campo das artes e das ciências, procurando sempre encontrar as “entranhas” interessantes de tudo o que “existe no mundo” (e que esteja ao meu alcance). Mas não sou apenas eu: conheço várias pessoas (e não são poucas) que pensam dessa mesma maneira, o que torna essa “maneira de pensar e agir” até mesmo corriqueira (apesar de toda a felicidade que a mesma proporciona às nossas vidas).
            Bom, voltando à narrativa sobre as “expedições” na Unesp: chegando ao laboratório de Biologia, olhamos pela janela (é claro que não teríamos a “cara de pau” de entrar) e vimos uma gaiola cheia de ratinhos. “Uau, que bacana!”. Depois, em outro laboratório, colocamos a “cara” na janela e (segundo diz Marky, eu não consegui identificar nada) havia alguns cadáveres em cima de uma mesa, mergulhados na escuridão da sala vazia.
            “Grande porcaria, o que tem de interessante em visitar um mero laboratório?”, o leitor deve estar perguntando. Calma! Vou explicar toda a curiosidade da história agora... Passaram-se alguns dias, e eu (junto com Marky e John) contamos... Bem, na verdade, nos vangloriamos de nossa “aventura”, contando a todos a nossa “peripécia ultra-super-descolada de visitantes de laboratórios durante as aulas repetitivas”. Dilis ficou curiosa e, naquele seu sotaque agradável e inconfundível, disse: “Aaahh, eu também quero ver o ratîînho!”. Então, um pouco antes da aula de Física, resolvemos visitar o laboratório mais uma vez (com Dilis e mais alguns amigos). Ao colocar a “cara” na janela, senti um negócio estranho vindo no meu rosto, que me fez recuar. Fiquei cego por alguns instantes, com os olhos ardendo, uma sensação realmente estranha. Quando me recuperei, vi que os meus outros amigos também estavam com a mão no rosto (pois haviam sofrido as conseqüências do mesmo “fenômeno” que vinha da janela). Sem entendermos nada, já recuperados, a única coisa que era possível concluir a respeito do fato era “uma armadilha armada pelos Biólogos na intenção de punir as pessoas que bisbilhotavam seu laboratório” ou “mais uma conspiração contra o curso de Design” (antes éramos “perseguidos” pelo curso de Engenharia, agora pelo curso de Biologia também).
            Para terminar o capítulo, quero dizer que... “Peraí, vai finalizar o capítulo sem esclarecer o que aconteceu no laboratório? Vai tomar no ...”. Caaalma, leitor! Como todo capítulo (segundo a opinião da maioria dos leitores) possuí sempre uma “gracinha” de minha parte, no presente capítulo não poderia faltar também. Dias mais tarde, outro amigo (o Ned) esclareceu todo mistério: sua namorada (que estava no curso de Biologia, se não me engano) disse que os laboratórios haviam sido interditados, por causa de um tremendo vazamento de gás.
            Ah, agora não estou querendo fazer “graça”: eu realmente estava para terminar o capítulo, mas lembrei de uma situação muito engraçada (que aconteceu algum tempo depois). Eu disse que apenas olhamos pela janela do laboratório, pois não teríamos a “cara de pau” de entrar. Será que não? Acredito que, pelo menos, um de nós teria a “cara de pau”, com certeza. Mudemos apenas a época e o lugar. Peço que vocês imaginem a cena: o pessoal do curso de Rádio e Tv filmando em seu estúdio, toda aquela tensão de sempre (“scripts” decorados, câmeras “milimetricamente” posicionadas) e, eis que alguém abre a porta, de repente (ignorando o aviso “Não entre, estamos filmando”). Em seguida, o “estúdio inteiro quase vem abaixo”, com “todo mundo” perdendo a concentração (atores e equipe) e o diretor gritando “Corta, peloamordedeus, corta!”. Olham para a porta, e adivinhem quem está lá: “Gente, por favor, eu preciso falar com a Anita!”, Marky diz, com aquela cara de “estou atrapalhando alguma coisa?”. Concluindo: Marky só não entrou no Laboratório de Biologia porque a porta estava fechada, caso contrário...

segunda-feira, 26 de março de 2012

Capítulo 16 – Original? Você chama isso de Original? - Livro: "A Era do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"

Livro: "A Era do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"

Capítulo 16 – Original? Você chama isso de Original?



            “O que aconteceu, de novo acontecerá; e o que se fez, de novo será feito: debaixo do sol não há nenhuma novidade. Às vezes, ouvimos dizer: ‘Veja: esta é uma coisa nova!’ Mas ela já existiu em outros tempos, muito antes de nós”.
            Uau! Solicito uma pausa para reflexão:
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            Retornemos agora à nossa narrativa...
            “Mas por que ele está citando o capítulo 1 do Livro do Eclesiastes, versículos 9 e 10?”, o leitor com maiores conhecimentos bíblicos deve estar perguntando. Já outro leitor (mais “matreiro”), deve ter concluído: “Já sei o porquê; esse cara sempre começa o capítulo com alguma ‘gracinha’”. Hum... Que seja, mas é uma “gracinha” que possui um certo sentido (ou um sexto sentido, quem sabe). Ih, olha eu divagando de novo...
            Na verdade, eu gostaria de relatar um fato muito interessante que ocorreu no decorrer dos anos de faculdade (“Pô, mas esse não é, justamente, o objetivo do livro?”). Afff, (mas que leitor mais crítico)! Retomando... Não tenho muito conhecimento a respeito do referido fato: não lembro quem me contou (se estava falando sério ou me “zoando”), em qual período ocorreu, o local, o evento (bom, acho que o evento foi um daqueles encontros de Design, talvez aquele “Interdesign”; nem sei se é assim que escreve, se tem hífen ou não, enfim...). Mas me disseram que, em um desses eventos, fizeram (e gravaram) o pessoal executando aquela “belíssima” dança, chamada “dança do quadrado”. Detalhe: isso alguns meses antes da referida dança “estourar” na mídia. “Dá licença, acho que não estou passando muito bem...”: sem problemas, entendo sua indignação, caro leitor designer, que se lembra daquele termo “Migué” (utilizado para se referir aos trabalhos de faculdade mal feitos). A turma de Design, “lançando” aquela irritante “dança do quadrado” (que nos atormentou por muito tempo, na TV e no rádio...), sem dúvida, acabou gerando a execução do procedimento “Migué” com a maior maestria do universo (incluindo as Terras Ativa e Paralela, se é que vocês me entendem). Mas não posso dizer, com certeza, se essa história realmente aconteceu (e, caso tenha acontecido, se realmente tinha a intenção de ser uma coisa irritante; quem sabe, de início, tenha sido uma coisa legal e criativa, que depois foi “regaçada” pela mídia, não é mesmo?). Também existem outras origens para a dança, relatadas em vários sites da internet, então fica a critério de cada um tirar suas próprias conclusões.
            “Debaixo do sol não há nenhuma novidade”: entenderam, agora, o porquê da minha citação? Também posso ir mais além: será que aquele trabalho de faculdade (que todo mundo achou o máximo), realmente, poderia ser classificado como um trabalho original? Ou, será que aquele outro trabalho (que todo mundo odiou), apesar de tudo, não poderia ter aquela grau de originalidade que estaria além de qualquer outro esforço? Qual o critério para distinguir o feio do bonito? Qual o critério utilizado para afirmar que “isso é arte e aquilo não é”?  E as vivências, os valores morais, as ideologias, o estado de espírito durante a confecção do trabalho: não deveriam ser todos elementos considerados? “Tudo é vaidade, uma corrida atrás do vento...”: mais uma citação do Eclesiastes (capítulo 1, versículo 14), bastante pertinente para o assunto em questão. Por outro lado, um trabalho “nem tão original” pode ser considerado um bom trabalho (mas que não é original, realmente não é mesmo).
            Para terminar todo esse assunto (“Graças a Deus, né? Esse capítulo está tão tenso!”), vou contar uma “historinha”: certa vez, a minha amiga (linda e estonteante) chamada Cindy (personagem de outros livros de minha autoria) estava passando em frente à casa de meu amigo Dezones e, ao avistar o mesmo, disse a seguinte frase: “Ai, se eu te pego!”. Esse fato aconteceu, segundo o próprio Dezones, em meados de 1995 ou 1996...  Não preciso dizer mais nada, não é mesmo? Mas vou repetir a citação do Eclesiastes só para reforçar: “O que aconteceu, de novo acontecerá; e o que se fez, de novo será feito: debaixo do sol não há nenhuma novidade. Às vezes, ouvimos dizer: ‘Veja: esta é uma coisa nova!’ Mas ela já existiu em outros tempos, muito antes de nós”. Pois é, “to falando prôceis”!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Capítulo 15 – “Ele não foi com a minha cara...” - Livro: "A Era do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"

Livro: "A Era do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"

Capítulo 15 – “Ele não foi com a minha cara...”

 
            Você chega ao lugar, pessoas novas, todo mundo sendo simpático com você e, de repente, você percebe que existe uma exceção. Ao contrário das outras pessoas, o sujeito mal fala com você, não sorri para você, enfim, não disfarça a aparente “antipatia” que sente pela sua pessoa. O máximo que o indivíduo faz é cumprimentar meio de “má vontade”, quando você chega ao ambiente. “Ele não foi com a minha cara”, é a primeira coisa que vem em sua mente. Nessas situações, qual a melhor atitude a ser tomada? “Se ele não gostou de mim, então eu não vou dar ‘bola’ para ele também; se ele é antipático comigo, também vou agir da mesma maneira em relação a ele...”. Enfim, é a melhor atitude a ser colocada em prática, certo? ERRADO!
            Não é a minha intenção (e nem seria possível) tentar impor a minha maneira de pensar aos meus leitores (se caso a minha argumentação convencê-los, é claro que ficarei contente, mas sinceramente não é a minha intenção). Mas, na minha modesta opinião, esse lance de “Ele não foi com a minha cara” pode, muitas vezes, não ser realidade. Melhor dizendo, acho que é uma situação que pode ser facilmente revertida ao nosso favor. Analisando friamente esse aspecto, não é que a pessoa não foi com a sua cara: na verdade, ela ainda não teve o tempo suficiente para te conhecer e poder, assim, admitir o quanto você é uma pessoa legal. E se você “virar” a cara com a mesma (por causa da sua indiferença em relação a você), ela jamais terá a chance de descobrir a pessoa maravilhosa que você é. Quantos dos seus (melhores) amigos pareciam ser “chatos” quando você os viu pela primeira vez? E depois que você os conheceu de verdade, a situação não mudou? Outro aspecto a ser considerado: se você “virar” a cara com alguém, é mais um inimigo que você acrescenta em sua vida (para falar mal de você para os outros e te prejudicar). Vale a pena?
Até aí todo mundo deve concordar comigo: agora é a parte que, talvez, muitos não concordem (como eu disse, sem problemas, não estou querendo impor a minha maneira de pensar). Vou direto ao ponto: eu procuro ser legal com todo mundo, mas, se eu percebo que alguém não gosta de mim, eu vou ser mais legal ainda com a referida pessoa. “Você é louco”, o leitor deve estar indignado. Tudo bem, parece um absurdo, mas esse procedimento sempre trouxe resultado para mim: foram poucos que, depois da minha (louca) atitude, não se tornaram meus amigos (muitos dos meus melhores amigos, inclusive são provenientes dessa minha maneira de pensar; hoje poderiam ser meus inimigos, caso eu “virasse a cara com eles”, por causa da sua antipatia inicial em relação a mim). “Mas, e se eu insistir e a pessoa continuar a me tratar com desdém?”: aí tudo bem, nesse caso deixe essa pessoa de lado também, sem cerimônia (sem ser mal educado, é claro, sempre com classe). Afinal, ninguém (nem mesmo ela) poderá dizer que você não tentou... Além disso, ela terá que arcar com as conseqüências e comentários do tipo: “Nossa, o fulano é tão legal com todo mundo e o cicrano, ainda assim, trata ele com indiferença. Cicrano não deve ser uma boa pessoa, não é mesmo? Maltratar uma pessoa tão legal como o fulano”.
E dessa forma agi, cursando a Unesp sem ter feito um único inimigo (o que foi, para mim, motivo de muito contentamento). E também foi, com muito contentamento, que pude participar da “cerimônia” (trote) de recepção dos “bixos” de 2006. Apesar de não ser (muito) a favor dos trotes (na verdade, dos banhos de tinta e outras babaquices), o desfile com as fantasias do ano de 2006 foi muito divertido. Infelizmente, não tive tempo de criar uma fantasia. Estava até pensando em pegar o uniforme do Megaman que August me fez e pintar de rosa, criando o uniforme da namoradinha do Megaman para alguma “bixete” (“ah, seu ‘sêin vegonha’, escolhendo uma namoradinha para você, né?”), mas realmente o meu tempo estava escasso. Assim, ajudei na “pintura” (e não banho de tinta) dos “bixos”. As fantasias estavam muito bonitas e criativas: Sal criou o “Kill Playmobil” (uma fantasia que misturava “Kill Bill” com “Playmobil”); teve os bois “Caprichoso e Garantido” que, na hora do desfile, “cruzaram” (?) (acho que as fantasias foram criadas por Taylor); teve a fantasia da “Gina” (lembram da caixinha de palitos para dente?); Tony criou a fantasia “toba” (justiça, já que a sua fantasia, no ano anterior, tinha sido o “pinto”); Doug criou a fantasia de “Darth Vader” (perfeita!); teve Liz (do nosso ano, que não tinha passado pelos trotes, quando entrou na faculdade) vestindo a fantasia de “Pantera-cor-de-rosa” (ela adorava a cor rosa) e May (também do nosso ano, que também não havia recebido o trote) trajando uma fantasia de “Jesus”... Enfim, foram tantas e tantas fantasias boas que fica até mesmo difícil de lembrar de todas (preciso rever as fotos)...
Depois que a “cerimônia” de recepção terminou, Marky (a par de todo o meu princípio de “pegar leve” com os “bixos” durante o trote) veio perguntar o que eu tinha achado (“Você viu, né Billy? Nós não maltratamos os ‘bixos’, como você mesmo tinha sugerido, foi tudo “de boa”). E eu respondi: “Só não gostei o que vocês fizeram com o ‘bicho-montinho’, vocês podiam ter machucado o garoto; fora isso, o restante do trote foi legal”: conforme o nome do “bixo” indicava, fizeram uma enorme “montanha de corpos” em cima do coitado. Mas, felizmente, nada de grave aconteceu (mas deve ter doído)...

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Capítulo 14 – Os “bixos” de 2006 a caminho da faculdade... - Livro: "A Era do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"

Livro: "A Era do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"

Capítulo 14 – Os “bixos” de 2006 a caminho da faculdade...


            Eu estava disposto a ser o “veterano” mais legal de todos os tempos (e a tentar influenciar meus outros colegas a pensarem da mesma maneira). Assim, no decorrer do primeiro ano (sempre que tive a oportunidade), procurei disseminar um tipo de trote mais pacífico, lembrando coisas do tipo “foi ‘foda’ aquele lance de tinta na orelha, não é? Acho que não deveríamos repetir isso com nossos ‘bixos’, é duro ter que ficar limpando depois e...”. Tenho certeza que já falei sobre a minha ideia de “maneirar” no trote em algum dos capítulos anteriores, mas não estou disposto a “folhear” as páginas para checar onde o assunto está localizado (pois tenho certeza que vocês acreditam em mim, queridos leitores).
            “Os nossos ‘bixos’”: acabei de usar essa expressão no parágrafo anterior, o que me causou um certo arrependimento. Em outras palavras: onde está o documento que certifica, no início do ano letivo, a posse dos “bixos” por parte dos “veteranos”? Ninguém pertence a ninguém, a escravidão é uma das maiores imbecilidades que já surgiram nesse planeta. Tá, tudo bem, talvez eu esteja exagerando ao comparar a “situação dos ‘bixos’” com escravidão, mas a verdade é que, se vocês repararem na grafia tanto da palavra “bixo” como “veterano”, as mesmas estão sempre grafadas entre aspas (desde o começo do livro; caso contrário, se eu não coloquei as aspas em alguma dessas palavras, com certeza foi por motivo de esquecimento). “Mas, veja bem, eu uso a palavra ‘bixo’ e ‘veterano’ apenas como uma convenção, e não no sentido de posse”: se você pensa assim, meus parabéns! É exatamente dessa maneira que eu penso: são dois termos convencionados, nada mais que isso! “E as aspas? Você ainda não esclareceu o uso das aspas!”: me perdoem (já estava me esquecendo de explicar). O uso de aspas é justamente por causa do lance da “convenção”, para mostrar que, enquanto pessoas, não existe nenhuma diferença entre o “bixo” e o “veterano”. A única diferença é que o último entrou um ano antes na faculdade(ou dois anos, ou três...). Só isso...
Retomando a ideia do trote pacífico, como eu disse anteriormente, sempre fui contra o trote “violento” (também não é para tanto, talvez a denominação correta seria o trote “babaca”), mas se o “bixo” entra no Orkut e fica provocando os “veteranos”, “aí eu já não posso fazer mais nada”: foi até engraçado ver o “bixo” Teddy “zoando” com o “veterano” Hughes pela rede, mas eu sabia que as conseqüências desse ato não poderiam ser muito boas (para o “bixo”, é lógico). Mas até que Hughes “pegou leve” com Teddy, algum tempo depois (“Corta um pedacinho dos seus cílios e escova o seu dente com tinta guache!”). Hughes é um grande amigo, gente boa, um cara engraçado, um “noveleiro assumido”... Mas, por outro lado, é meio doido... Teddy tinha que “zoar” justamente com ele? Hahaha!!! Mas, enfim, a rede Orkut (bastante popular na época) foi bem interessante, no sentido de dar uma ideia do perfil dos nossos futuros “bixos” (me lembro que a primeira “bixete” que conheci pela rede foi Jeany, muito bonita e simpática).
Fantasias já preparadas, potes de tinta guache comprados, perfil dos “bixos” previamente conhecidos: restava chegar o primeiro dia de aula, o dia da recepção... Tudo seria muito divertido, como vocês poderão constatar no próximo capítulo...  “Aaaaaah, só no próximo capítulo? Você parou a narrativa bem na melhor parte?”: me desculpem leitores, eu sinceramente estou sem tempo. Já estou atrasado para o trabalho... Fui...

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Capítulo 13 – As pérolas de Marky e agregados - Livro: "A Era do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"

Livro: "A Era do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"

Capítulo 13 – As pérolas de Marky e agregados


    Antes do segundo semestre do primeiro ano acabar (e antes do movimento “panelinha” se disseminar; “Olha só, rimou, cara!”), foi criada (por David) uma das comunidades (do Orkut) mais divertidas de todos os tempos, conforme a opinião do meu amigo Reynold (relatada na própria comunidade, não exatamente com as mesmas palavras, “mas mais ou menos assim”): “Eu estava aqui estressado com o trabalho de cartaz (guache mais giz pastel) que o professor Mitsu pediu e, para relaxar, fui olhar a nova comunidade de pérolas (que o pessoal havia comentado) e quase morri de rir. Meu stress foi embora na hora. Agora, boquinha fechada perto de vocês, hein?”. Mas, afinal, que lance é esse? O que vem a ser uma comunidade de pérolas?
    Já havia comentado algo a respeito (no capítulo 6), mas explicarei melhor dessa vez (“Olha só, quase rimou de novo, cara!”). No decorrer do curso, tivemos várias “pequenas gafes” (ou pérolas) ditas pelos integrantes da classe, que causaram várias gargalhadas durante as aulas. Eu não sei quem foi que teve a ideia de criar a comunidade (foi David quem a criou, mas não sei se a ideia partiu dele). Só me lembro que, durante uma apresentação de Marky (último seminário da disciplina de História da Arte, repleto de blocos de concreto, jornais e tinta para todo o lado), reparei que Sal e Richard, rindo, anotavam alguma coisa em um caderninho. Quando David, finalmente, criou a comunidade “Pérolas de DI”, descobri que Sal e Richard haviam anotado as pérolas ditas por Marky durante a apresentação (e, durante a semana, haviam anotado as pérolas de outros amigos também). Dessa forma, quando acessamos a comunidade, o material recolhido já era extenso (e muito divertido). Aqui relato algumas pérolas que eu lembro (pois o Orkut “fez o favor” de “deletar” os tópicos mais antigos):

“A Era do Make in Touch” – Pérola dita por Marky (se referindo ao computador Macintosh) durante o trabalho de História da Arte. O termo acabou virando o título do presente livro.

“Eu gosto de comer tomando” – Pérola de David.

“Seu vendedor, o senhor tem cola de Araldite?” – Marky confundindo a marca do produto com a matéria-prima utilizada para a “confecção” do mesmo”.

"Atualmente, hoje o local se encontra abandonado!" – Pérola dita por Marky.

“Cara, você acessou o site da Patona?” – Marky confundindo “Pantone” com “Patona”.

"Que tal: Quanto menor, maior de grande? É, pode ser assim também: Quanto maior mais maior de grande é!" - Marky pensando em uma frase para o trabalho de Antropologia.

"Sanders, me empresta o Tesão..." - Marky se referindo à régua T, durante um trabalho de desenho técnico.

"Quando nós vamos fazer a zarabatana do tubarão?" – Marky confundindo “barbatana” com “zarabatana”.

“Eu não quero pompons, eu quero pomponhas!” – Marky exigindo uma torcida feminina no jogo de basquete.

“Esse pedal de metal de guitarra... Bem, na verdade, não é que o pedal é feito de metal, o estilo é metal...” – eu falando besteira na apresentação do trabalho de Física.

“As meninas coalas...” – Marky lendo um texto na aula de Psicologia, trocando a palavra “caolha” por “coala”.

“Esse é o The Clash...” - Marky, durante o trabalho de História da Arte, se referindo ao som que tocava no momento.

“Aqui eu estou clicando na corda da minha guitarra e... Ops, digo, pressionando a corda...” – outra besteira dita por mim, na apresentação do trabalho de Física.

“Pode botar os cachorro, os passarinho, enfim, o zoológico inteiro”... – Marky, durante o trabalho de História da Arte.

“Tipo, uma cor bem colorida...” – Pérola dita por Naty ao Phil.

“Morreu o capitão morto do exército" – Pérola dita por Marky.

“Mó subúrbio, meu!” – Marky revoltado com os preços abusivos (?!).

_ Cadê o Alan, cara? – Marky pergunta.
_ Está ali! – eu respondo, não apontando para nenhuma pessoa.
_ Ali onde? – Marky insiste.
_ Olha ele ali: o alambrado! – eu revelando, finalmente, para onde eu apontava: para a cerca da Unesp.

"Isso aí é pra passar a Serafina, né?" – Abraham, quando viu a nova bermuda de Reynold (que tinha um passador de parafina).

“Posso ver o seu, pinto? – Dilis pedindo para ver um desenho pertencente a Tony (cujo apelido era “pinto”).

“Eu gosto de cachorro quente sem salsicha” – Yasmin falando sobre ser vegetariana.

“Dá para colocar umas comidas Barrocas aí?” – Liz fazendo uma inusitada sugestão para o trabalho de História da Arte.

_Vamos fazer uma lata de refrigerante com bocal no estilo chuveirinho? – eu disse.
_Não, é melhor fazer no estilo buchinha! – Adrian disse, indo além da minha “bisonhice”.

    Como vocês devem ter percebido, o número de pérolas ditas por Marky predominaram em relação aos nossos outros colegas. Assim, Marky acabou se tornando o “rei das pérolas”, de modo que, mais tarde, David mudou o nome da comunidade para “As pérolas de Marky e agregados”. Nada mais justo! Enfim, a comunidade foi algo divertido para terminar o primeiro ano de faculdade (rimei de novo, juro que foi sem querer)!