sábado, 26 de outubro de 2019

Capítulo 11 – Você já foi eternizado por alguém? - Livro: O livro do amor para os corações solitários


Livro: O livro do amor para os corações solitários

Capítulo 11 – Você já foi eternizado por alguém?



Finalmente, o ano de 1995 chegou. Foi o ano da formação da minha primeira banda, que, de início, era bem rudimentar. Demoraria ainda muitos anos para ela melhorar a sua sonoridade, porém os primeiros passos haviam sido dados. Tudo tem o seu começo! Naquela época, contando alguns meses já passados, o meu contato com Pam e Cindy havia sido bem escasso. Porém, com a formação da banda e as “brincadeiras dançantes” sendo substituídas por “showzinhos ao vivo” do nosso inexperiente conjunto, as duas lindas garotas voltaram a conviver com a nossa turma mais uma vez. Vou explicar melhor todo o contexto.
Antes de 1994 terminar, Sandy e sua amiga Lisa formavam a minha amizade com, digamos, a “ala feminina” de nossa rua. Pudera, Sandy namorava um dos meus melhores amigos, o Adam Ball, que seria o baixista da minha banda. E Lisa havia se apaixonado por mim, porém nunca rolou nada entre nós: não por falta de vontade de ambas as partes, mas por motivos que eu não gosto muito de comentar. Lisa e Sandy eram rivais diretas de Pam e Cindy, e muitas brigas ocorreram entre elas, conforme relatei. Até mesmo algumas brigas físicas. Infelizmente, ocorreu um desentendimento muito sério entre Sandy e Lisa, e as duas cortaram relações de amizade. Não vem ao caso comentar o motivo, mas eu tomei o partido de Sandy, pois ela estava com toda a razão. Talvez eu devesse ter um pouco mais de tato nesta situação: Lisa realmente era uma pessoa muito difícil, mas ainda assim éramos amigos. Como fiquei do lado de Sandy, Lisa cortou suas relações comigo também e se afastou para sempre de nosso grupo, apesar de ter me mandado alguns bilhetinhos de amor posteriormente, querendo reatar a amizade. Eu até estava disposto a fazer as pazes com Lisa, mas infelizmente não ocorreu nada propício que facilitasse o nosso entendimento. Pouco tempo depois, para surpresa geral de todos, Adam Ball e Sandy terminaram o namoro. Resumindo: Adam ficou sem a Sandy, e eu fiquei sem a Lisa. E assim terminou 1994, o ano mais especial da minha vida. Especial pelo fato de conhecer um grande amor, a minha doce Pam, que estava meio sumida naquele fim de ano. Mas as coisas iriam mudar.
Voltando à 1995, no início daquele ano, algo surpreendente aconteceu, contrariando todas as expectativas: eu me apaixonei por Cindy. Como eu disse anteriormente, apesar de termos “ficado” duas vezes, não tínhamos nenhum vínculo de amizade em 1994, pelo fato de não conversarmos muito. Porém, a partir do momento em que finalmente nos aproximamos para finalmente ter uma conversa (foi em um dos nossos primeiros shows), pude perceber o quanto ela era uma garota especial. Especificando um pouco mais os detalhes de nossa conversa, Cindy assumiu uma postura bem parecida que Ingvill teve em relação a minha pessoa: muitos abraços, beijos e elogios. Uma garota que lembrava Ingvill e que ainda por cima teve um comportamento parecido com a mesma: era inevitável não me apaixonar por ela. Eu jamais descobri o porquê dessa mudança de comportamento tão brusca de Cindy em relação a mim, e também nunca perguntei o motivo. Porém, eu não “ficaria” mais com ela, já que ela estava “ficando” com meu amigo Son e estava perdidamente apaixonada por ele. No entanto, a minha nova amizade com Cindy traria Pam, novamente, de volta ao nosso meio. De início, fiquei realmente cheio de dúvidas, pois eu não sabia se amava Pam ou se amava Cindy. Ou, talvez, as duas. Porém, com o passar do tempo, percebi que, apesar de adorar Cindy, meu verdadeiro amor era Pam. Ela continuava simpática como sempre e estava ainda mais bonita do que na época em que a conheci. Pam adorava a música “Diana”, do Paul Anka. Em todos os nossos shows (que aconteciam, na maioria das vezes, em casa de Jim, então nosso baterista), eu sempre tocava “Diana” e oferecia a referida música para Pam. Até os dias de hoje, quando ouço ou toco “Diana”, eu me lembro de Pam e me emociono.
Nesse meio tempo, foi lançado um disco póstumo da banda Nirvana (o acústico) e Jim me chamou para ouvirmos juntos, já que ele havia comprado o mesmo. Quando estávamos no portão de sua casa, Pam e Cindy apareceram e acabamos convidando as duas para ouvir o disco conosco. Outro amigo meu, o Alm, apareceria algum tempo depois. Ouvimos uma parte do disco do Nirvana e Pam sugeriu que colocássemos algumas músicas lentas, para podermos dançar e relembrar os bons tempos das “Brincotes”. Jim então colocou a música “Since I don´t have you”, gravada pelo Guns n´ Roses. Percebam como a dança era um elemento importantíssimo para a nossa geração, como já comentei em capítulos anteriores. Então dancei com Pam e Cindy. Após a música terminar, Pam sentou-se na cama de Jim e, de maneira sedutora, pediu que eu me sentasse no colo dela. Achei estranho e ao mesmo tempo prazeroso aquele pedido, e então realizei aquele desejo inusitado de Pam. Assim que me sentei em seu colo, ela me abraçou com ternura e pude sentir a sua respiração palpitante, já que ela encostava seu rosto em minha nuca. Pam estava em estado de êxtase. Eu também sentia muito prazer naquela situação tão diferente. Por fim, me deitei ao lado de Pam, Cindy também deitou ao meu lado e as duas me abraçaram. Naquele momento, eu realmente tive a verdadeira consciência de como eu amava aquelas duas garotas. Porém, o meu desejo e meu amor por Pam, como disse anteriormente, eram mais fortes e escolhi a mesma (no caso, entre ela e Cindy) para poder beijar naquele momento. Quando nossos lábios se uniram de maneira apaixonada, todo aquele sentimento ocorrido durante o nosso primeiro contato (em 1994) vieram à tona mais uma vez. Tive certeza que Pam, a garota dos meus sonhos, sem dúvida nenhuma, era um dos grandes amores da minha vida. Sim, um dos meus grandes amores: não posso ser injusto com Ingvill, que também amei intensamente. Quanto à Cindy, apesar de minha grande atração por ela, no final das contas nos tornamos os melhores amigos do mundo, isso até os dias de hoje.
Por fim, preciso comentar algo muito interessante que, inclusive, é o título do presente capítulo. Com a criação da minha banda, comecei aquele processo de compor minhas próprias canções. Assim, em várias músicas, tive como inspiração os grandes amores da minha vida. Ao longo dos anos, muitas músicas surgiram, letras feitas em homenagem à Pam, Cindy, Ashley e, a canção que ficou a mais popular de todas, feita especialmente para Ingvill (tenho um clipe da referida música no You Tube, inclusive). Só não fiz (ainda) uma composição para Naomi e Desiree. A partir de tudo isso, quero explicar a ausência de algo na vida da maioria das pessoas, que não é assim tão grave. Porém, se este algo fosse presente na vida de todas essas pessoas, seria um fato muito especial, sem sombra de dúvida. E que “algo” seria esse? Simples: você ser eternizado na letra de uma canção. Não importa se a canção é simples, se não fez sucesso, se poucas pessoas escutaram e, quem sabe, até mesmo que não seja lá uma grande canção. Não importa! Ser eternizado na letra de uma música é uma das coisas mais significativas que pode acontecer nessa vida, algo que muitas pessoas jamais terão o prazer de sentir. Eu mesmo jamais tive o privilégio de ser lembrado na letra de uma canção. É algo muito difícil de acontecer, visto que nem todo mundo que nos rodeia é músico. Eternizei várias garotas amadas em minhas composições e ficaria muito feliz em ser eternizado também, mas isso ainda não ocorreu. Mas não podemos jamais perder as esperanças.

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