Capítulo
10 - Nos braços da garota dos meus sonhos
Acabei ficando com
Cindy mais uma vez, em outra “brincadeira dançante” ocorrida na casa de Jim.
Depois desse fato, praticamente foram cortadas todas as minhas relações com
Cindy, pelo menos naquela época (1994). Não que houvesse ocorrido algum
desentendimento entre nós. Pelo contrário, nunca houve, na verdade, um diálogo
entre nós, tanto para o bem como para o mal. Dessa forma, fica difícil manter
uma relação ou, até mesmo, uma amizade com uma pessoa que você não converse
muito. Eu tinha até dificuldade em me lembrar do tom de voz de Cindy, a partir
das pouquíssimas palavras que ela me proferiu. E, vamos ser sinceros:
inicialmente, eu não havia causado um impacto considerável em Cindy, por mais
doloroso que seja pensar nisso nos dias de hoje. Em compensação, a minha
amizade com Pam estava a cada dia mais forte. Uma amizade com a garota dos meus
sonhos...
Naquela semana, eu
estava andando de bicicleta e ouvi uma voz me chamando. Era Pam, que se
encontrava em frente à sua residência. Pam estava de óculos e com o seu caderno
de poesias em mãos, como sempre. Ao me aproximar, Pam me abraçou com ternura e
começamos a conversar. Em um dado momento, Pam pediu para que eu esperasse um
pouco e chamou um vizinho dela que estava ali, naquele momento. E disse algo em
seu ouvido, com um enorme sorriso no rosto. O garoto, em seguida, me chamou de
lado e disse as palavras mais animadoras que eu jamais havia imaginado escutar:
“Billy, a Pam está querendo ficar com você”. Sim, a garota dos meus sonhos
desejava ter um momento de intimidade comigo. Fiquei tão feliz com aquele fato
e, com uma emoção que não consigo explicar, perguntei: “Pam, é verdade que você
quer ficar comigo?” E ela confirmou: “Sim, Billy, eu quero muito”. Eu acho que
o desejo de ambas as partes em ficar era tão grande que foi muito estranho não
nos beijarmos ali mesmo. Achamos mais sensato ficarmos na próxima “Brincote”,
que ocorreria na casa de Paul.
Por falar nisso, como
ficaria Paul ao saber do início de meu romance com Pam? Imaginei que não
ocorreria nenhum problema, mesmo considerando o fato de Paul estar ficando com
Pam naquela época. E realmente não ocorreu, pois, além de ter conhecimento de
que não era nada sério entre os dois, eu sabia quem era a garota que Paul amava
verdadeiramente: era Sandy, sua vizinha. Jim também a amava. Porém, ela acabou
namorando com Adam Ball posteriormente, para a tristeza de Paul e Jim. Sandy
era a garota mais cobiçada da rua, por causa de sua beleza. Para a maioria dos
garotos, ela era a número um, sem sombra de dúvida. Confesso que eu fiquei muito
encantado quando a conheci, porém a presença de Pam, em minha vida, ofuscou o
referido encantamento. Em algumas ocasiões, eu até me aproveitava da presença
de Sandy para poder cortejar Pam com mais liberdade. Pudera, Sandy virava o
centro das atenções quando estava presente e, assim, Pam ficava livre do
assédio dos outros garotos. E eu ficava sem concorrentes. Simples assim! Não
posso deixar de citar que isso foi um dos motivos para existir uma rivalidade
muito forte entre Pam e Sandy. As duas chegaram até mesmo a brigar fisicamente.
Certa vez, Pam me questionou pelo fato dos demais garotos não ligarem mais para
ela e ficarem cortejando Sandy quando esta estava presente. E eu afirmei,
categoricamente: “Pam, para mim você vai ser sempre a número um”.
Enfim, chegou o dia da
“brincadeira dançante” na casa de Paul. Em determinado momento da festa, eu me
sentei no sofá da sala, quando Pam finalmente chegou e sentou-se na outra
extremidade. E disse: “Billy, senta aqui perto de mim”. Assim, me aproximei
dela, abracei aquele corpo feminino tão escultural e nossos lábios acabaram se
unindo num beijo apaixonado. Pronto, minha vida estava completa! O mundo
poderia até mesmo acabar naquele instante, já que eu vivia o momento mais
sublime de toda a minha existência!
Vamos agora a alguns
questionamentos. Vamos falar mais uma vez sobre o lance da atração entre duas
pessoas (já discutido no primeiro capítulo). A atração entre Pam e eu era
realmente muito forte, sem dúvida nenhuma. Porém, fico imaginando que Pam, aproveitando
a sua beleza, pudesse até mesmo optar por outro garoto que tivesse algumas
qualidades físicas que eu não tivesse (tipo um cara mais forte ou mais bonito).
Mas, será que esse garoto “superior” a amaria do jeito que eu a amei? Será que
seria vantagem ela ficar com ele e não comigo? Fico muito feliz pelo fato de
Pam ter escolhido à essência ao invés da aparência. Conforme meu amigo Dezones
citou, certa vez, com suas próprias palavras: “Se a aparência revelasse
a essência, não existiria a ciência”.
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