quarta-feira, 30 de março de 2011

Capítulo 5 - Amor, Doenças e Drogas - Diários de Billy Winston


Trilha Sonora sugerida para o presente capítulo (Cap. 5 – Amor, Doenças e Drogas):

Happiness Is a Warm Gun (The Beatles) 

http://www.youtube.com/watch?v=ZGrHEUvgt30

CAPÍTULO 5 – AMOR, DOENÇAS E DROGAS

Escrito entre: 03 de outubro de 2010
Período: 28 de setembro a 03 de outubro de 2010



            Na terça-feira, enquanto estava em meu carro escrevendo um diálogo entre Billy Winston e Karie (para o livro “Jimball Bilangs”), não pude deixar de recordar o assunto das “temporadas” novamente. Geralmente, nos seriados (ficção ou real), o personagem principal sempre termina com a pessoa amada. O meu “seriado”, no entanto, é um dos únicos onde o personagem principal (eu) nunca fica com a garota que ama. O amor, no meu caso, é uma ficção dentro da própria realidade. Amor: uma ficção dentro da realidade! Gostei dessa!
            Tive pouco contato com a maior parte das garotas que amei. Marry foi uma delas. Ela teve um pequena participação em “Cicatrizar e Recomeçar”, mas foi em “Jimball Bilangs” que dei a minha verdadeira impressão a respeito da personagem, a maneira como eu a enxergava quando a conheci, em 1986: uma garota meiga, delicada, misteriosa, silenciosa, bonita, incapaz de fazer mal a alguém. No referido ano, foram pouquíssimas vezes que conversei com ela. O diálogo mais comprido que tive com a mesma foi quando fizemos um trabalho em grupo, na classe, juntamente com o finado Barral, um amigo que estudava conosco. A partir de 1987, nunca mais estudamos na mesma classe e, assim, nunca mais nos falamos. 
           


            Um sonho muito estranho, na noite de terça para quarta: meu irmão Freddy (aos 8 anos de idade, mais ou menos) diz que não vai assistir ao jogo da seleção brasileira da Copa do Mundo (1ª opção), pois ele prefere, na verdade, assistir ao jogo da seleção brasileira da Copa do Mundo (2ª opção) (!?). Fico furioso, e falo que, se ele quiser assistir ao jogo da seleção brasileira (me referindo à 2ª opção, já que a 1ª opção é a minha), que vá assistir pela Internet. Mas ele não me dá ouvidos e, para aumentar minha raiva, minha mãe e meu pai acabam concordando com ele. Vou furioso para o meu quarto e encontro um pneu de carro na minha cama (um presente esquisito, mas que, na verdade, eu estava precisando muito). Tento arranjar outras soluções para o meu dilema em relação ao jogo: penso em ir à Lan house ou comprar uma parabólica (!?). Por fim, tenho outra idéia: pegar a estrada, tipo o livro “On the Road”, de Jack Kerouac (!?). No entanto, depois de toda essa confusão (tão comum em sonhos), finalmente me vem um pensamento racional: “Eu estou com muito ódio, por causa de toda essa situação ridícula com o meu irmão: como isso é possível, se não é de minha natureza ter ódio dos outros?”. E acabei acordando, depois desse pensamento.
            Para que relatar um sonho tão confuso como esse? Apesar de não ter ideia de como interpretar sonhos, a minha conclusão referente a ele é a seguinte: todo esse sentimento de ódio (por uma coisa contraditória e banal, como assistir ao jogo da seleção ao invés de assistir ao jogo da seleção), quem sabe, pode ser o tipo de ódio que o depressivo sente. Ou seja, a vida pode estar uma maravilha, com todos os seus gostos totalmente satisfeitos (verdade representada pelo pneu), mas a depressão faz com que essa pobre pessoa sinta um ódio irracional, oriundo do nada. E, no meu caso, pude sentir, nesse sonho, o ódio que o depressivo sente. E posso garantir que é um sentimento horrível... Que Deus tenha piedade desses pobres convalescentes!  


            Na quarta-feira à tarde, antes de dar aula para dois amigos (a senhora Isís e seu marido, o senhor Marty), dei uma passada no mercado e, quando olhei para uma das filas no caixa, vi um amigo dos velhos tempos, o Dudley, juntamente com a sua mãe. Não fui conversar com ele, pois fiquei com medo que o mesmo não quisesse que eu visse o seu estado desolador: olhos vidrados, o andar duro e hesitante, enfim, uma aparência mórbida. Pobre Dudley! As drogas acabaram com ele! Nem parecia mais aquele garoto forte e de bom coração que eu tinha conhecido no passado.
            E, por falar em antigos amigos e mercados, finalmente vou ter uma resposta para um dos e-mails que a minha amiga Cyrinda me mandou, há muito tempo atrás: qual o paradeiro (ou destino) de Hal (antigo vocalista de uma das minhas bandas, a “Soma”)? Para recordar: Hal tinha aquela doença gravíssima, chamada “Lúpus” que, mesmo com tratamento, existe o risco de morte. E Hal, infelizmente, não se tratava! A última vez em que eu havia visto o mesmo foi por volta de 2004. Assim, eu não sabia se o pobre Hal ainda estava vivo. Mas, graças a Deus, encontrei ele (há um mês, mais ou menos)  em um mercado, onde o mesmo estava trabalhando. Hal me disse que, agora, estava fazendo o tratamento de maneira correta. Nem precisava dizer, visto que pude perceber, de cara, a ausência daquela enorme mancha (em “formato de borboleta”) que cobria boa parte de seu rosto. Também falamos a respeito de nosso amigo Micky (guitarrista da “Soma” e personagem nos meus outros dois livros) que, agora, fazia parte de uma banda de muito sucesso em Curitiba, chamada “Herderos do Nada”.
            Por fim, só me resta desejar a Dudley toda a sorte do mundo: que ele se recupere de sua doença, assim com Hal se recuperou.

           
            Na noite de sábado, Carl, Bibi e Cyrinda vieram em casa para, finalmente, “scanear” as fotos que serão utilizadas no casamento. Foi um encontro legal, como sempre: além de mexer com as fotos, pedimos comida (esfirras), rimos com alguns vídeos da Teena (que é, tipo, uma versão feminina do Lang) e tentamos jogar alguns joguinhos no meu (velho e bom) computador MSX (mas o joystick acabou dando problema). E, o mais legal de tudo, pudemos falar sobre a Bíblia e seus ensinamentos, assunto que nos interessa muito.
            Não tenho a intenção (e também não acho correto) de usar a palavra de Deus para me vangloriar e contar vantagem. Mesmo assim, ouso dizer que, talvez, estejamos passando por um novo estágio de desenvolvimento da nossa própria fé. Carl, Eugene e Diane são de formação evangélica, enquanto Bibi e Cyrinda tem formação católica; eu tenho formação católica, mas sou simpatizante do espiritismo. Apesar de cada um ter a sua própria origem religiosa, não existe nada que nos faça entrar em conflito uns com os outros ainda que, algumas vezes, expressemos opiniões diferentes a respeito do assunto. É a tolerância religiosa vivida na prática, sem fanatismos nem exageros. E nossa fé não reprime o nosso próprio senso crítico e não faz com que viremos as costas para a ciência e seus mistérios (vida em outros planetas, por exemplo). Enfim, a palavra de Deus é motivo de união e não de discórdia entre nós.
            Mais uma coisa... Durante a semana, eu havia preparado dois exemplares do meu livrinho de poesia (“Sentimento e Insensatez”) para dar de presente: um para Carl e Bibi, o outro para Cyrinda. E acabei me esquecendo de entregar os mesmos... Afff!

4 comentários:

  1. E aí Alê! Estou te seguindo!
    e pretendo ler todas as coisas com mais calma!
    conheço esse quarto! heheh
    abraçãO!

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  2. Valeu, Brunão! Também gostei muito do seu blog! Ah, realmente, é o meu quarto "bazófico", onde nascem todas as minhas produções... Rss Grande abraço...

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  3. Massa Alê,
    histórias muito interessantes,
    e você relata muito bem.
    sucesso no blog ae.
    Abraço.

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  4. Henrique, muito obrigado! Grande abraço, amigo!

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