domingo, 17 de abril de 2011

Capítulo 8 - Labuta


Trilha Sonora sugerida para o presente capítulo (Cap. 8 – Labuta):

Sunday Morning  (The Velvet Underground & Nico) 

http://www.youtube.com/watch?v=eF_CQGHqzts

CAPÍTULO 8 – LABUTA

Escrito entre: 27 de outubro de 2010
Período: 24 de outubro de 2010



            No domingo, acordei cedo, extremamente cansado por causa da festa de casamento da noite anterior. Ainda me encontrava confuso, também, por causa das lembranças e situações referentes à comemoração. Então aproveitei para colocar todas as emoções no papel (ou melhor, no computador), conforme foi visto no capítulo anterior. Depois, me dirigi ao posto de gasolina perto de casa, na sua respectiva lojinha de conveniência, para comprar o jornal de domingo. Acabei vendo o senhor Martião durante o caminho, e outras lembranças vieram à minha mente.
            O senhor Martião é pai de Lisa (polêmica personagem de “Cicatrizar e Recomeçar” e “Jimball Bilangs”). Das amigas mais íntimas que tive, acredito que Lisa é a única com quem eu não tenha “relações diplomáticas”, atualmente. No passado, ela teve vários problemas com Pam, Adam Ball, Sandy e, depois, acabou tendo problemas comigo também (mais detalhes a respeito do assunto podem ser encontrados nos meus dois livros, já citados). Mas acho que ela, no fundo, não tem raiva de mim (vide, mais uma vez, o assunto no livro “Cicatrizar e Recomeçar”). E eu, também, jamais poderia guardar mágoa da única garota da face da Terra que me amou, que me mandou bilhetinhos com palavras de amor, que chorou por mim e que até mesmo me “incomodou” com seus inúmeros telefonemas (confesso que, hoje, eu sinto saudade desse incômodo). Enquanto Pam sentia atração por mim, Lisa sentia amor. Ambas colocaram em prática os respectivos conceitos (atração e amor) e me provaram a impossibilidade da união dos dois.
            Comprei o jornal no posto e, quando estava indo embora, aquela linda menina morena que trabalha por lá (uma das meninas mais lindas que já vi na minha vida), me cumprimentou com um simpático e tímido “oi”. Fiquei feliz com a gentileza dela e retribuí o cumprimento da mesma maneira. No entanto, como eu estava um pouco mal-humorado, foi inevitável aquele pensamento: “Apesar de eu ser muito simpático, ela me cumprimentou apenas pelo fato de eu ser um mero cliente do posto,”. Mas, depois, acabei imaginando que a garota, por sua vez, até pudesse ter pensando: “Esse menino é simpático comigo, mas não faz diferença, pois ele é simpático com todas as funcionárias existentes por aqui”.
            E assim eu vou divagando por esse mundo afora, ao mesmo tempo que procuro (pelo menos por alguns instantes) desligar a minha mente para relaxar um pouco, mas sem nunca conseguir realizar tal proeza. A minha mente é como se fosse uma fábrica dos tempos da Revolução Industrial, que me atormenta 24 horas por dia com a sua terrível labuta (não me dá sossego nem quando eu adormeço, com seus sonhos e pesadelos). Mas confesso que, dependendo da época, qualquer pesadelo é muito melhor do que a realidade.

Fim da primeira parte - Considerações Gerais

            E aqui termina, de forma (ainda) melancólica, a primeira parte do livro “Diários de Billy Winston”. Surpreendido com o resultado positivo que esse blog obteve em menos de um mês (mais de 400 visitas) e, o melhor, com a identificação e empatia que os visitantes obtiveram a partir da leitura do mesmo, acho necessário tecer algumas considerações, antes de partirmos para a segunda (e melhor) parte do livro.
            Acredito que a receptividade que o livro recebeu é resultado da maneira utilizada, por mim, para expressar meus sentimentos, ou seja, sem rodeios e falsidades. Não posso simplesmente ser falso comigo mesmo e ocultar a realidade. Assim procedendo, coloco no papel aquilo que eu estou sentindo e, o mais interessante, muitas vezes consigo expressar aquele tipo de sofrimento “universal” que grande parte das pessoas já enfrentaram ou ainda estão para enfrentar, no decorrer dessa vida. Hermann Melville afirma, em seu livro “Moby Dick”, que o homem “100% feliz” não existe. Assim sendo, todo mundo já se lamentou por algum problema de difícil solução, já ficou triste por uma crítica não construtiva ou se revoltou por uma injustiça praticada.      Um grande amigo, chamado Felipe, nos brindou com um excelente comentário a respeito do Capítulo 3 (O fogo), nos indicando um dos livros da Bíblia que ele mais gosta, o livro sapiencial de “Jó”. A partir da leitura do mesmo, pude perceber que Jó, logo no início da narrativa, lamenta a sua condição de desgraça, questionando corajosamente a sua situação e, o mais impressionante, mostrando que tem sérios motivos para reclamar. Considero e me identifico com esse tipo de sinceridade, onde percebemos a importância de desabafar o que estamos sentindo, ao invés de ficar guardando ressentimentos que, por sua vez, só tendem a piorar a nossa sanidade, a medida que o tempo passa. Assim sendo (para a felicidade da maioria dos meus queridos leitores), não vou mudar o meu estilo sincero de escrever, ou seja, sempre estarei a denunciar e a lamentar o que eu não considero correto, sem rodeios ou tentativas hipócritas de “enfeitar a realidade”. Fazendo uma exagerada comparação, “Diários de Billy Winston” está mais para uma “Tragédia”. Assim, caso alguém não aprecie o referido estilo, que procure então as “Epopeias” e fique sonhando com um mundo perfeito: não é motivo de vergonha para ninguém, pois eu mesmo já sonhei com um mundo perfeito (antes de desenvolver uma maneira crítica de encarar a realidade).
            Falando, agora, a respeito da segunda parte da narrativa, que constituirão as próximas postagens do Blog, a situação mudará radicalmente, com a participação de uma nova personagem, chamada “Frieza Benigna”. Na verdade, não se trata de uma personagem, e sim de um sentimento (que, pela sua intensidade e importância na história, não é nenhum exagero chamá-lo de personagem). Todos os acontecimentos desagradáveis, mostrados na primeira parte do livro, geraram um tipo reflexão e, posteriormente, uma visão mais crítica a respeito da vida e das próprias relações entre os seres humanos. “Tudo é vaidade”, conforme nos mostra o livro do “Eclesiastes”: “tudo é fugaz, uma corrida contra o vento”. Mas darei mais detalhes, a respeito desse assunto, durante a própria narrativa, sempre de “mãos dadas com a Frieza Benigna”. Grande abraço a todos! E bom divertimento!

3 comentários:

  1. Ontem eu vi a Lisa, de longe! Ela não mudou quase nada, continua linda como sempre... Que saudade! Qualquer dia, eu pretendo conversar com ela e relembrar os velhos tempos!

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  2. Alê, converse com a moça da loja de conveniência! Ao contrário do q vc pensa, elas não são pagas para dar sorrisos! foi um sorriso sincero! pense nisso, quem sabe vc não passa lá pra comprar... um sorvete? rs. abs

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  3. Rsss Boa ideia, Bruno! E a moça ainda continua sorrindo para mim, toda vez que eu vou lá na loja de conveniência... Para falar a verdade, agora são duas moças... Rsss Grande abraço!

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