segunda-feira, 26 de março de 2012

Capítulo 16 – Original? Você chama isso de Original? - Livro: "A Era do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"

Livro: "A Era do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"

Capítulo 16 – Original? Você chama isso de Original?



            “O que aconteceu, de novo acontecerá; e o que se fez, de novo será feito: debaixo do sol não há nenhuma novidade. Às vezes, ouvimos dizer: ‘Veja: esta é uma coisa nova!’ Mas ela já existiu em outros tempos, muito antes de nós”.
            Uau! Solicito uma pausa para reflexão:
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            Retornemos agora à nossa narrativa...
            “Mas por que ele está citando o capítulo 1 do Livro do Eclesiastes, versículos 9 e 10?”, o leitor com maiores conhecimentos bíblicos deve estar perguntando. Já outro leitor (mais “matreiro”), deve ter concluído: “Já sei o porquê; esse cara sempre começa o capítulo com alguma ‘gracinha’”. Hum... Que seja, mas é uma “gracinha” que possui um certo sentido (ou um sexto sentido, quem sabe). Ih, olha eu divagando de novo...
            Na verdade, eu gostaria de relatar um fato muito interessante que ocorreu no decorrer dos anos de faculdade (“Pô, mas esse não é, justamente, o objetivo do livro?”). Afff, (mas que leitor mais crítico)! Retomando... Não tenho muito conhecimento a respeito do referido fato: não lembro quem me contou (se estava falando sério ou me “zoando”), em qual período ocorreu, o local, o evento (bom, acho que o evento foi um daqueles encontros de Design, talvez aquele “Interdesign”; nem sei se é assim que escreve, se tem hífen ou não, enfim...). Mas me disseram que, em um desses eventos, fizeram (e gravaram) o pessoal executando aquela “belíssima” dança, chamada “dança do quadrado”. Detalhe: isso alguns meses antes da referida dança “estourar” na mídia. “Dá licença, acho que não estou passando muito bem...”: sem problemas, entendo sua indignação, caro leitor designer, que se lembra daquele termo “Migué” (utilizado para se referir aos trabalhos de faculdade mal feitos). A turma de Design, “lançando” aquela irritante “dança do quadrado” (que nos atormentou por muito tempo, na TV e no rádio...), sem dúvida, acabou gerando a execução do procedimento “Migué” com a maior maestria do universo (incluindo as Terras Ativa e Paralela, se é que vocês me entendem). Mas não posso dizer, com certeza, se essa história realmente aconteceu (e, caso tenha acontecido, se realmente tinha a intenção de ser uma coisa irritante; quem sabe, de início, tenha sido uma coisa legal e criativa, que depois foi “regaçada” pela mídia, não é mesmo?). Também existem outras origens para a dança, relatadas em vários sites da internet, então fica a critério de cada um tirar suas próprias conclusões.
            “Debaixo do sol não há nenhuma novidade”: entenderam, agora, o porquê da minha citação? Também posso ir mais além: será que aquele trabalho de faculdade (que todo mundo achou o máximo), realmente, poderia ser classificado como um trabalho original? Ou, será que aquele outro trabalho (que todo mundo odiou), apesar de tudo, não poderia ter aquela grau de originalidade que estaria além de qualquer outro esforço? Qual o critério para distinguir o feio do bonito? Qual o critério utilizado para afirmar que “isso é arte e aquilo não é”?  E as vivências, os valores morais, as ideologias, o estado de espírito durante a confecção do trabalho: não deveriam ser todos elementos considerados? “Tudo é vaidade, uma corrida atrás do vento...”: mais uma citação do Eclesiastes (capítulo 1, versículo 14), bastante pertinente para o assunto em questão. Por outro lado, um trabalho “nem tão original” pode ser considerado um bom trabalho (mas que não é original, realmente não é mesmo).
            Para terminar todo esse assunto (“Graças a Deus, né? Esse capítulo está tão tenso!”), vou contar uma “historinha”: certa vez, a minha amiga (linda e estonteante) chamada Cindy (personagem de outros livros de minha autoria) estava passando em frente à casa de meu amigo Dezones e, ao avistar o mesmo, disse a seguinte frase: “Ai, se eu te pego!”. Esse fato aconteceu, segundo o próprio Dezones, em meados de 1995 ou 1996...  Não preciso dizer mais nada, não é mesmo? Mas vou repetir a citação do Eclesiastes só para reforçar: “O que aconteceu, de novo acontecerá; e o que se fez, de novo será feito: debaixo do sol não há nenhuma novidade. Às vezes, ouvimos dizer: ‘Veja: esta é uma coisa nova!’ Mas ela já existiu em outros tempos, muito antes de nós”. Pois é, “to falando prôceis”!

3 comentários:

  1. Alê, não conhecia [ou lembrava] dessa passagem do Eclesiastes, do começo. Ela é riquíssima! Direto eu me pego pensando nesta questão da novidade e tal... no fim das contas, acho que são poucas as coisas que nós realmente inventamos... 99,9% são imitações ou desdobramentos de algo que já existia. Mas ainda assim cabe espaço para a criatividade! Não a tal da dança do quadrado, né? hehehe... abraços!!!

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  2. Fala Alê, A história do quadrado que eu conheço é que foi criada pelos Engenheiros da Unesp (o que faria todo o sentido dada a complexidade e utilidade na música, rs.). Estou me esforçando para ler a bíblia, e passagens como esta que você citou me deixam mais entusiasmada em seguir com esse propósito. Obrigada por partilhar com agente. Bjos.

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  3. Valéria, que alívio saber que a história do quadrado, provavelmente, não foi criada pela turma de DI... Rssss Nossa moral subiu novamente... O Eclesiastes é impressionante, um dos melhores livros da Bíblia, na minha opinião (eu até acho estranho a igreja católica (ou a evangélica) ainda não terem retirado o mesmo da Bíblia, pois ele é bem filosófico e fala a realidade da vida como ela é, sem rodeios)... Recomendadíssimo... E é curtinho, tem só umas 5 páginas... Grande abraço, amiga!

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