terça-feira, 29 de novembro de 2011

Capítulo 11 – Branca de Neve e os sete anões canibais - Livro: "A Era do 'Make in Touch' - Os anos Unesp sem censura"

Livro: "A Era do ‘Make in Touch' – Os anos Unesp sem censura"

Capítulo 11 – Branca de Neve e os sete anões canibais


            “Que título mais estranho!”: tenho certeza que muitos devem ter pensado. Na verdade, esse título nem foi criado por mim. Ele pertence a um livro do gênero “terror infantil”, segundo as palavras de um dos seus autores, ou melhor, segundo as palavras do meu velho amigo Landon. Os outros amigos, que também são autores da obra: Maggie (personagem do meu livro “Diários de Billy Winston”, “Jimball Bilangs” e “Cicatrizar e Recomeçar”), Ann Call e Skat (também personagem dos livros citados). A estória, até onde eu sei, narra as aventuras (na verdade, as desventuras) de uma “Branca de Neve” diferente, que só se dá mal (por exemplo, em determinado ponto da narrativa, a coitada tem um dos seus braços comidos por um dos anões e, no final da estória, se não me engano, ela termina tetraplégica). “Credo! Que horror! De onde vocês tiram essas idéias?”: foi o que a professora escreveu quando deu o seu visto, no final do trabalho (era um trabalho de língua portuguesa, da oitava série, realizado em 1990, onde cada grupo deveria escrever o seu livro; ah, e naquele tempo, a palavra “ideia” tinha acento, por isso eu mantive o mesmo no parecer da professora). Na verdade, boa parte das ideias saíram da mente de Skat (um gênio na arte da morbidez, diga-se de passagem). O livro, realmente, era muito superior se comparado aos outros livros escritos naquele período (inclusive ao do meu grupo (composto por mim, Adrian e Rod), que contava uma inocente “estórinha” de alguns irmãos que se perderam em uma caverna). Os outros grupos (também composto por personagens dos meus livros já citados) escreveram alguma estórias interessantes: o de Casey, pelo que me lembro, escreveu uma estória de guerra; o grupo de Robert escreveu “O menino que queria ir à lua” (mas o foguete explodiu no final); o grupo de Flower escreveu uma estória romântica, e por aí vai. Infelizmente, não tive a chance de ler algum desses livros mencionados. Mas, pelo menos, o da “Branca de Neve e os sete anões canibais” eu consegui ler algumas páginas iniciais e pude reparar como era bom (Maggie não deixou eu ler o resto, queria fazer uma espécie de surpresa para classe ou alguma coisa do tipo). Mas, por que estou mencionando esse fato, que parece não ter nada a ver com a nossa narrativa habitual? Na verdade, até que tem um pouco a ver: tudo o que conquistamos nesse mundo quase nunca acontece de maneira fácil. Ou seja, é a custa de muito sofrimento (por isso me lembrei dessa “Branca de Neve”, citada anteriormente; no entanto, como não li a estória até o fim, não sei se ela conquistou alguma coisa significativa no final). E passar no vestibular, em uma Universidade Pública (no caso, a Unesp), não foi tarefa fácil para mim, que passei três anos estudando como um louco (nos finais de semana e nas horas de almoço no trabalho), sacrificando praticamente todos os meus raros momentos de lazer. Quer prova maior de responsabilidade? Existe mais alguma coisa a ser provada?
            Retornando: conforme eu havia dito no capítulo anterior, já estávamos no segundo semestre do primeiro ano. Uma mudança aconteceu nesse período: eu deixei de ser o “rei das caronas”, pelo fato da gasolina estar “pesando” muito em meu orçamento e, assim, percebi que o ônibus (ou melhor, o vale transporte) era muito mais econômico. Apesar de ter conhecido muitas pessoas interessantes durante as caronas (inclusive, o oriental Armand, que foi quem me falou, pela primeira vez, do livro “On the Road” e de seu autor, “Jack Keroauc”), a experiência de andar de ônibus aumentou ainda mais esse número de novos conhecidos (eu não tinha ideia de como eu era comunicativo (tirando o lance dos seminários, que eu ainda morria de medo)). Mas, ainda assim, eu tinha saudade das caronas: era muito divertido, quando o carro já estava lotado, ver Marky segurando uma enorme faixa com os dizeres “lotado”; ou as meninas (de jornalismo, eu acho) que, ao avistarem meu carro vindo de longe, já começavam a vibrar (pois sabiam que eu pararia para apanhá-las); ou David que (próximo aos radares de trânsito, à noite) colocava uma máquina fotográfica para fora da janela do carro e disparava o flash (“Hãm, veja bem Billy, é para assustar os outros motoristas, para eles acharem que o radar pegou eles fora da velocidade permitida, enfim...”). Para não “perder tantos pontos” no quesito “rei das caronas”, comecei a “dar caronas de ônibus” para meus amigos, quando sobravam alguns passes que eu recebia de vale transporte (uma vez ou outra eu ainda utilizava meu carro e, por causa desse fato, ainda era possível economizar os referidos passes).
            Mas, e “Branca de Neve e os sete anões canibais”? Será que eu ainda terei a chance de ler esse livro na íntegra? Skat e seu grupo mostrou que a criatividade pode até mesmo vir de coisas “mórbidas” (confesso que não é o meu gênero preferido, mas admito que, ainda assim, é possível produzir coisas boas a partir do mesmo; a prova está no próprio livro de Skat). No entanto, no presente capítulo, citei o livro apenas para enfatizar as adversidades que enfrentamos na vida: quanto a parte referente a criatividade, falarei em breve.

4 comentários:

  1. Muito massa, Alê! memória é muito boa! Eu não lembro nada desse livro da 8° série...agora fiquei curiosa pra saber sobre o que meu grupo escreveu...ah, sim pra variar adorei o texto. Bjo, Alê!

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  2. Oi Karina, valeu mais uma vez pelo carinho! Esses livros, se não me engano, foram doados para alguma biblioteca (não sei se foi para a biblioteca do São José). Uma pena não termos guardado um exemplar de nossos livros, não é? Beijos!

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  3. hehehe... essas histórias da escola são ótimas! Pena que somos castrados pelos nossos professores... certamente eles devem ter dito que o texto era meio mórbido, mesmo... tem muitos escritores que lidam e bem com o bizarro... mas enfim. rs e quanto a carona, mais uma lembrança boa que vc traz da faculdade né? Abs

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  4. Verdade, Brunão! Um exemplo de autor (aliás, um dos meus autores preferidos)que lida muito bem com o bizarro: Edgar Allan Poe! Acho os contos dele muito intrigantes! Grande abraço!

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