segunda-feira, 23 de maio de 2011

Capítulo 13 - O Fim ?

INTRODUÇÃO (Leia, muito importante):

            Em primeiro lugar, muito obrigado pelos acessos, que já estão passando de 600 visitas.

          Muitas pessoas estão com "medo" do Blog, imaginando que, em minhas narrativas reais, eu possa estar citando algum fato constrangedor a respeito das mesmas (afinal, quase todos os meus amigos são personagens). No entanto, mesmo se eu citasse algo de ruim, todos os personagens estão com pseudônimos, ou seja, com a identidade preservada. "Diários de Billy Winston" possui algumas passagens polêmicas, mas acredito que não causará constrangimento a ninguém. Aliás, considero o livro até mesmo otimista, em quase sua totalidade, pois mostra uma história de superação. Mas aceito opiniões e críticas, caso ocorra algum problema.

O Blog "Grass Valley Memorial" tem como seu principal objetivo a publicação de obras pessoais e de amigos.
A primeira obra a ser publicada no presente blog é "Diários de Billy Winston", de minha autoria. A mesma foi escrita entre 7 de setembro de 2010 e 7 de janeiro de 2011, e engloba os acontecimentos de minha própria vida e também de meus amigos, durante o referido período. A narrativa apresentada no livro é 100% real e, portanto, os nomes verdadeiros dos personagens foram substituídos por pseudônimos, no intuito de preservar os mesmos.
Qualquer blog que se preze só se mantém ativo através da postagem de comentários (opiniões, críticas, etc) das pessoas que acessaram o mesmo; quando não ocorre a referida participação, a tendência é que o proprietário do blog (neste caso, eu mesmo) não se sinta mais motivado em manter o mesmo em atividade.
Portanto, não deixem de postar a sua opinião, mesmo que você não seja (ainda) personagem participante dos livros apresentados. E se você já escreveu algum livro e tiver vontade de publicá-lo neste modesto blog, não hesite em pedir. Será uma honra! Bom divertimento a todos.


Trilha Sonora sugerida para o presente capítulo (Cap. 13 – O fim ?):

EM HOMENAGEM AOS MEUS QUERIDOS PERSONAGENS E AMIGOS:

Sentimento e Insensatez  (MINHA BANDA QUERIDA: The Jimball Bilangs

http://www.youtube.com/watch?v=fdVVH7ee3Po

CAPÍTULO 13 – O FIM ?

Escrito entre: 07 de janeiro de 2011
Período: 01 de janeiro a 07 de janeiro de 2011



            Largado no corredor de um hospital, logo no primeiro dia de 2011! Lucia, finalmente, passou dos limites e acabou ferindo ela mesma! E feriu a alma de todos os familiares, inclusive a minha! Mas, ainda assim, não fiquei depressivo por causa disso! A minha “frieza benigna” testada no último nível... E, quem diria, passei no teste!
            Agora, sou apenas eu e o corredor do hospital. Nada de tristeza ou de alegria, nada de estar apaixonado por alguma garota, nada de orgulhos banais. Agora sou só eu e o corredor do hospital. Por um momento, cheguei a confundir o mesmo com o outro hospital, o qual eu havia passado a noite, em 1995, por causa da plástica no nariz. Aliás, a plástica no nariz, como era de se esperar, não mudou quase nenhum aspecto do meu caráter. O que mudou toda a minha maneira de pensar e de agir foi justamente o outro tipo de plástica, a “plástica da alma”, vivenciada nesses últimos meses, a partir, principalmente, da doença de Lucia. Agora sou uma pessoa mais forte e consciente que, até o último dia de vida, vai lutar para que nada mais dê errado. Existiram épocas em que eu não era muito apegado a Deus e, ainda assim, ele estava comigo. Fico imaginando agora...
            O primeiro dia do ano caiu em um sábado e, na quinta-feira seguinte, Lucia foi ao médico. Depois de várias medidas rígidas adotadas, Lucia finalmente começou a seguir rigorosamente o tratamento prescrito pelo seu psiquiatra. Não vou “cantar vitória” antecipadamente, mas ela melhorou muito. Depois de passar a quinta-feira e parte da sexta-feira na casa de minha tia Ida, finalmente fui buscá-la. Quando estávamos no carro, Lucia começou a se queixar de falta de ar (sintoma muito comum nos depressivos) e, assim, juntamente com a minha outra tia (Nancy), a levamos para o pronto-socorro. A partir da medicação ali ministrada, Lucia finalmente começou a cair em si, com a sua mente, aos poucos, voltando à lucidez. Inclusive, chegou até a me pedir desculpas pelas coisas horríveis que ela havia me falado nos últimos meses.
            O sol voltou a brilhar novamente e até mesmo as chuvas que seguiram se tornaram as mais bonitas que eu já havia presenciado. Agora, não sou apenas eu e o corredor do hospital: sou apenas eu e o mundo. Vai ser muito difícil me deixar abalar tanto pelos problemas, como antigamente. E, se depender de mim, nenhuma pessoa que eu amo se tornará escrava da depressão novamente...


Fim de “Diários de Billy Winston” – Considerações Gerais e Agradecimentos

            Estou realmente sem palavras! Que felicidade! Que satisfação! Quando o meu amigo (e personagem) Dezones me sugeriu a criação do Blog (para divulgação dos meus livros), nunca imaginei que teria tamanha receptividade: mais de 600 visitas, em tão curto espaço de tempo (ou seja, um blog com pouquíssimos meses de vida). É claro que muitos, por falta de tempo, apenas deram uma rápida olhada e não chegaram a ler os capítulos. No entanto, tenho a comprovação que outra grande parcela de amigos acompanhou os capítulos, comprovação realizada a partir dos inúmeros comentários postados no próprio blog, Facebook, Orkut, E-mail, Msn, além de muitos elogios feitos pessoalmente. A todos esses amigos, MUITO OBRIGADO!
            Quanto ao Blog, acredito que o fato de eu ser bastante introspectivo (em certas ocasiões) é que me permite relatar de forma tão emocionada os fatos do cotidiano (muitas vezes com bastante precisão). Assim, seria uma pena (e, quem sabe, até um certo egoísmo) eu guardar todos esses escritos comigo secretamente, já que os mesmos registram muitos fatos interessantes envolvendo os meus amigos. Ou seja, acontecimentos de interesse comum, que podem provocar as mais variadas emoções e divertir a todos.
            O livro “Diários de Billy Winston” terminou... E agora? Qual será o futuro do blog? Várias pessoas me pediram para publicar o meu primeiro livro, chamado “Cicatrizar e Recomeçar”, mas eu ainda não me sinto a vontade em divulgar o mesmo. Ele foi escrito há muito tempo atrás, quando eu era mais novo e, por isso, é MUITO polêmico. Depois de uma boa revisão (e de uma boa censura), talvez valha a pena publicá-lo. Mas não agora... Assim, comecei a escrever outro livro (ainda sem título definido) que vai abordar, entre tantas outras coisas, a fase “Unesp” (“bixos”, “bixetes”, “veteranos”), mas sem deixar de mencionar (como sempre) os velhos amigos (e acontecimentos) do passado (década de 80 e 90)...
            Por enquanto, me despeço de vocês, prometendo agilizar os próximos escritos com bastante dedicação... Grande abraço a todos!

domingo, 15 de maio de 2011

Capítulo 12 - Ser bom: onde está o incentivo?

Trilha Sonora sugerida para o presente capítulo (Cap. 12 – Ser bom: onde está o incentivo?):

Ride On  (AC/DC) 

http://www.youtube.com/watch?v=wsDpwb3ILxM

CAPÍTULO 12 – SER BOM: ONDE ESTÁ O INCENTIVO?

Escrito entre: 08 de dezembro 2010
Período: 23 de novembro a de dezembro de 2010



            Sem sombra de dúvida, a bondade é uma das qualidades mais belas e nobres. Mas ser bom neste mundo é difícil! Não é de se estranhar que existe tanta maldade por parte dos homens! Pela lógica terrestre, para que os nossos projetos tenham êxito e, para que fiquemos empolgados com os mesmos, é importante termos um incentivo. E um incentivo para a bondade (direto, “palpável” e presente), infelizmente, não existe. O único consolo é aquela frase da Bíblia (entre outras), que nos diz que os humilhados serão exaltados (na vida eterna). Mas quase ninguém lembra disso: quem vai querer uma recompensa que nos será dada apenas depois da morte? Existem pessoas que nem mesmo acreditam que existe vida após o falecimento! E aquelas frases “animadoras” do tipo “devemos viver o presente”? Se devemos viver o presente, qual a finalidade de ficar pensando em exaltação após a morte? Não estou, de forma alguma, querendo discordar do que a Bíblia ensina (inclusive, concordo com seus ensinamentos). Mas é quase impossível fazer um ser humano entender que a bondade de hoje será recompensada no futuro... Eu mesmo acabo me esquecendo dessa verdade...
            No entanto, existem outras coisas que nos desanimam nesse processo de sempre procurar o caminho do bem, da justiça e da caridade. Apesar daquela “frieza benigna” que citei em capítulos anteriores, confesso que estava me sentindo triste e melancólico nos últimos dias. No entanto, apesar de estar me sentindo péssimo, não foi nada tão traumático, devido à referida frieza. Mas em um determinado momento, finalmente, a voz da consciência me convenceu de que eu deveria voltar para o lado do “bem”: nada de revolta, nada de tristeza. Consequentemente, uma vontade de praticar a bondade invadiu todo o meu ser. Não diria nem vontade, mas sim uma necessidade verdadeira de ajudar as pessoas, uma espécie de satisfação pessoal a serviço do próximo. Inclusive, boas ações que ninguém ficaria sabendo, conforme a Bíblia diz: “que a sua esquerda não saiba o que a sua direita faz”. Então, dessa maneira nobre resolvi proceder e, infelizmente, o que estava ruim, ficou pior ainda.
            É quase certeza que existe alguma força ou entidade que fica infeliz quando tomamos o caminho do bem novamente, depois de um período ruim. Não importa se é o “demônio” do qual os cristãos falam, ou os maus espíritos estudados na doutrina espírita ou, até mesmo, algum coisa pertencente ao nosso próprio planeta. A partir do momento em que resolvi me acalmar e ter fé na vida novamente, tudo começou a dar errado: o meu carro teve problemas (a luz da bateria no painel), Lucia me xingou sem nenhum motivo e, logo em seguida, pessoas que nunca haviam me tratado mal procederam dessa maneira, entre outras coisas horríveis. A situação ficou tão gritante que, em determinado momento, pensei comigo mesmo: “Eu estou sendo tentado”. Relato esses fatos sem nenhum tipo de fanatismo, já que tive a comprovação deles: como poderia tudo começar a piorar de uma hora para outra, do nada, sem razão aparente? E aquela ideia de cultivarmos pensamentos positivos para que tudo dê certo, será que é realmente verdade? Não foi o que eu vivenciei nessa situação.
            No entanto, apesar de tudo, o mais importante da história foi o fato de não me entregar às vontades dessa “entidade do mal”. Quer me prejudicar? Quer me deixar triste? Quer me deixar doente, largado numa cama? Quer “tirar” mais alguém de mim, assim como você fez com Lucia? Pois faça da maneira que lhe convier, mas não conte com a minha obediência, meu caro! A minha obediência é somente para com Deus! E, dessa forma, permaneço atrelado ao caminho do bem, não importa o que de ruim me acontecer.
            É claro que, como ser humano, tenho os meus defeitos. No entanto, nesse caso específico, fiz o que é certo. Mas será que uma pessoa mais amarga e revoltada (muito mais prejudicada do que eu pelas injustiças dessa vida) teria condições de fazer o mesmo? Mesmo que ela resolvesse (a partir da voz da consciência) procurar o caminho do bem e, logo em seguida, fosse “maltratada” por esse motivo, será que não surgiria, em sua mente, aquela idéia de “não adianta ser bonzinho, quem é bonzinho só se dá mal?”. Entenderam porque existem tantas pessoas más nesse mundo? Definitivamente, neste planeta, não existe nenhum incentivo para se praticar o bem. Ainda assim, acredito que devemos continuar insistindo na bondade, por mais que sejamos prejudicados por causa disso.


            Na quarta-feira, Cyrinda ligou para me fazer um convite: quinta-feira, na parte da noite, haveria uma queima de fogos para comemorar a chegada do natal, juntamente com a inauguração da casinha do Papai Noel. Essa comemoração aconteceria na Companhia de Força e Luz de Bauru. Carl e Bibi também compareceriam. Na quinta-feira, então, ao término das aulas de informática ministradas por mim, me dirigi para o local da referida festividade. A queima de fogos foi muito bonita, assim como toda a decoração da casa do Papai Noel. Cyrinda aproveitou para anunciar que havia conseguido um emprego. As coisas não poderiam estar melhores. Quando a festividade terminou, fomos tomar sorvete e, logo em seguida, nos dirigimos ao apartamento de Carl e Bibi, para “jogarmos Nintendo 64”. E uma simples noite de quinta-feira que, normalmente, seria apenas uma noite comum, se transformou em mais um evento maravilhoso! No sábado, na parte da noite, combinamos de reunir a turma novamente e, desta vez, Eugene e Diane também estavam presentes.
            Não vou ficar com falsa modéstia: se este mundo estivesse sob o comando de Carl, Bibi, Cyrinda, Diane, Eugene e Billy, a tristeza não existiria. Com a gente, não existe tempo ruim: não viemos à esse mundo para atrapalhar (como boa a parte das pessoas), mas sim para sermos felizes. E não importa o que de ruim possa nos acontecer: já derrotamos a depressão antes mesmo dela nos atingir.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Capítulo 11 - O Capítulo dos Mortos

Trilha Sonora sugerida para o presente capítulo (Cap. 11 – O Capítulo dos Mortos):

Sludgefeast  (Dinosaur Jr.) 

http://www.youtube.com/watch?v=yi1LrNtVltg

CAPÍTULO 11 – O CAPÍTULO DOS MORTOS

Escrito entre: 18 de novembro de 2010
Período: 11 de novembro a 16 de novembro de 2010


          Domingo à noite, mais uma reunião agradável no apartamento de Carl e Bibi. Levei meu notebook e aproveitamos para jogar alguns jogos. Estávamos até pensando em comprar um velho (e bom) Nintendo 64, para podermos jogar durante as nossas reuniões. Na hora de ir embora, eu e Cyrinda nos despedimos dos amigos (Carl, Bibi, Eugene e Diane) e partimos rumo ao bairro Mary Dota (Cyrinda ficaria na casa de sua prima).
        Não contei para Cyrinda, mas eu estava prevendo que toda a minha “frieza benigna” finalmente iria virar pó durante aquele trajeto até o Mary Dota: o bairro onde meu finado amigo Bret morava. E a lembrança daquela festa de quinze anos (de uma das irmãs do meu amigo Little Lang), realizada em 1995, voltaria com tudo na minha mente e, quem sabe, talvez pudesse até me arrancar algumas lágrimas. Vou relatar alguns detalhes do final da festividade, para a melhor compreensão do leitor.
No ano de 1995, ao terminar a referida festa, eu dei uma carona para Bret e para o meu primo Andrew Gar (que pude rever no casamento de Ann Polly e Marty, recentemente). Não sei explicar como uma coisa tão corriqueira (uma simples carona) acabou me marcando tanto (e isso muito anos antes de Bret morrer). Será que era alguma previsão de que Bret não ficaria com a gente por muito tempo?
Mas não foi só isso: alguns anos antes da festa mencionada, em uma noite sombria do final da década de 80 (mais ou menos uns 13 anos antes de Bret partir), estávamos brincando na rua (juntamente com nossa turma de amigos) e, ao olhar para o rosto de Bret, uma estranha melancolia tomou conta de mim. E acabei perguntando algo do tipo: “Bret, porque a noite é tão triste? Por que as coisas são tão tristes à noite?”. Bret disse, um pouco surpreso com aquela estranha pergunta, que a noite não era triste para ele e não sabia o porquê da noite ser triste para mim. Na verdade, eu também não sabia: só fui descobrir, anos depois, o motivo da noite (às vezes) ser triste, quando ele finalmente partiu para a eternidade.
            Bom, retornando ao ano de 2010: durante o trajeto rumo ao Mary Dota, nenhum tipo de desconforto me atingiu, já que eu e Cyrinda viemos conversando e, consequentemente, nos distraindo com a nossa conversa. Apenas a lembrança da reportagem que vi pela manhã (daquela garota que foi assassinada na cidade de Bauru, em 1970) estava me incomodando um pouco. Cheguei a comentar com Cyrinda que temia sonhar com a pobre garota, durante o meu sono daquela noite. Por fim, depois que me despedi de Cyrinda e tomei o caminho de volta para casa, tive a consciência de que o meu “grau de frieza” estaria sendo testado a partir daquele momento (já que, agora, eu estaria solitário, percorrendo as mesmas ruas por onde eu, Bret e Andrew Gar nos aventuramos, em 1995). Todas as referidas lembranças a respeito do meu amigo (e citadas até aqui) vieram a tona, mas a minha “frieza benigna” permaneceu inalterada! Fiquei impressionado comigo mesmo: nenhum lamento, nenhuma lágrima; apenas um sentimento de respeito para com Bret, nada mais que isso! E, na hora de dormir, não sonhei com a pobre garotinha assassinada!


        Bret não foi o único dos poucos amigos meus que faleceram. Na noite de Segunda para Terça, tive um sonho com a participação de Barral que, talvez, tenha sido o meu segundo amigo que partiu para a eternidade. Foi um sonho totalmente desconexo: Barral estava fazendo uma prova e o tempo previsto para a mesma estava terminando; assim, eu pedi para o responsável deixá-lo terminar a referida prova, ainda que o prazo da mesma estivesse esgotado. Uma possível interpretação do sonho poderia ser o fato de Barral ter partido tão cedo, sem a chance de poder completar as provas que esta vida havia lhe preparado. Acredito que Barral era apenas um ano mais novo que eu, vindo a falecer quando já estava atingindo a casa dos 30 anos.
            Estudei na classe de Barral, praticamente, quase todo o período em que estive no San Joe (9 anos). Quando conheci o mesmo, ainda no primário, ele era uma criança que apresentava uma tendência muito forte em apresentar “explosões” de raiva, podendo até mesmo se tornar violento. Por isso, nessa época, eu não gostava muito dele, não éramos lá muito amigos. No entanto, apesar do seu gênio difícil, Barral era um dos nossos, já que não se misturava aos garotos “casca-grossa” do Colégio, que praticavam até mesmo Bullying. Ou seja, Barral pertencia à turma dos “mocinhos” (eu, Skat, Casey, Ronnie, etc), mais ou menos como o polêmico Wolverine integrando a equipe dos X-men.
       Na quarta série, finalmente, eu e Barral começamos a nos entender e, assim, nos tornamos amigos. E passei a ter uma grande admiração por ele, visto que, apesar de não concordar muito com a sua personalidade agressiva, ainda assim o considerava um exemplo de resistência à autoridade (muitas vezes injusta) imposta no Colégio. Barral era um verdadeiro inconformista diante de tudo o que ele não concordava: por exemplo, a arrogância das meninas (com exceção de Maggie e de uma pequena minoria), citada anteriormente. A partir do ponto de vista que eu apresento na atualidade, considero muitas dessas atitudes de Barral excessivas e sem sentido (já que poderiam ser resolvidas de maneira mais amigável); no entanto, como na época eu era mais novo (e, consequentemente, um pouco mais rebelde), não questionava muito as atitudes polêmicas de Barral, considerando-as, simplesmente, uma questão de justiça (assim como tudo em “Jimball Bilangs”). A última vez que vi Barral foi em 1990, no nosso último ano no San Joe. Depois disso, tive notícias dele por volta da década de 90, quando eu conversava com o seu irmão pelo MIRC, aquele famoso programas de bate-papo via Internet. Segundo ele, Barral, agora, morava em uma chácara, juntamente com a esposa e já tinha um filho.
            Em meados de 2007, meu amigo Ricky posta um comentário na comunidade “Turma de 90”, a qual criei no Orkut, informando que Barral havia falecido. Parece que Barral tinha alguma espécie de problema renal, alguma coisa desse tipo. Fiquei chocado, pois ele era um dos amigos que eu mais desejava rever, algum dia. Inclusive, achei uma pena ele não ter comparecido ao encontro que realizamos em 2006 (não tínhamos informações suficientes para entrar em contato com ele). Então, bastante comovido, postei um poema (escrito por Dezones) na comunidade “Turma de 90”, em homenagem a Barral, além de outros “scraps”.
         Passou algum tempo e, finalmente, pude visitar o meu grande amigo Laurence em seu apartamento (ele também havia se ausentado no encontro de 2006). E foi uma grande satisfação para mim, pois ele ainda era o Laurence dos velhos tempos: a sua aparência, além do seu bom humor, estavam praticamente inalterados. Conversamos sobre vários assuntos: pessoas do passado, os nossos velhos computadores MSX, etc. Num dado momento, Laurence disse que precisava me entregar algo: surpreendentemente, era um livro de jogos de MSX que eu tinha emprestado pra ele, ainda na década de 90. Nunca pensei que iria rever, novamente, aquele livro (um dos meus preferidos), mas Laurence teve todo o cuidado de guardá-lo para mim.
       Então, toda a descontração e o bom humor de Laurence sucumbiram no dado momento em que comentei sobre a morte de Barral. Era do meu conhecimento que os dois nunca se deram muito bem, mas não imaginava que Laurence havia guardado tanto mágoa. E, diga-se de passagem, um tipo de mágoa totalmente justificável, conforme as coisas horríveis que Laurence me contou logo em seguida: o quanto Barral o havia prejudicado no passado e o fato de Barral ter arruinado a vida de milhares de pessoas (incluindo alguns membros de sua família e várias mulheres que ele adulterou). Ou seja, Laurence não tinha nenhum motivo para lamentar a morte do indivíduo.
         Mas, e quanto a mim? Bom, eu acabei ficando totalmente confuso, já que eu desconhecia essas atitudes ilícitas de Barral, ocorridas na década de 90: conforme comentei, foi justamente a época em que eu não tinha muito conhecimento do seu exato paradeiro (referente a isso, Laurence chegou até a comentar: “Sorte sua!”). No entanto, o que mais me incomodou, de início, foi o fato de ter postado vários comentários na comunidade do Orkut, lamentando a morte de Barral (além da poesia de Dezones). Ou seja, eu praticamente estava lamentando a morte de um psicopata! Assim, num primeiro momento, pensei em apagar todas essas postagens feitas no Orkut, pois aquilo não poderia pegar bem para mim. Mas, depois, pensando melhor, resolvi manter todas as minhas opiniões na comunidade, já que eu estava me referindo ao meu amigo Barral da década de 80, e não ao “delinquente juvenil” que eu sequer conheci, na década de 90. E, acrescentando algo ao que Laurence disse, realmente isso foi muita sorte minha, visto que a imagem que ficou de Barral, na minha concepção, foi a daquele amigo que, pela sua personalidade agressiva, poderia ter feito parte da turma dos garotos “casca-grossa”, mas que, ainda assim, optou por fazer parte da turma dos garotos de boa índole.
            Portanto, levando em consideração o sonho que tive, Barral acabou partindo muito cedo desse Planeta, não tendo uma segunda chance de mostrar para todos o quanto ele era uma pessoa especial, ou seja, não teve a oportunidade de voltar a ser aquele cara legal que conheci na década de 80, no San Joe.

domingo, 1 de maio de 2011

Capítulo 10 - Já tive uma "amiga Marilyn Monroe"!

Trilha Sonora sugerida para o presente capítulo (Cap. 10 – Já tive uma “amiga Marilyn Monroe”!):

Caroline No (The Beach Boys) 

http://www.youtube.com/watch?v=QCI5wZRn9iE

CAPÍTULO 10 – JÁ TIVE UMA “AMIGA MARILYN MONROE”!

Escrito entre: 18 de novembro de 2010
Período: 11 de novembro a 16 de novembro de 2010

 
            Na noite de quinta, me dirigi para o Bauru Shopping, a fim de comprar um presépio para montar em meu quarto (sempre gostei de presépios, desde os tempos de infância). Fiz isso com a consciência completamente limpa, mesmo sabendo que, talvez, poderia estar sujeito à acusações de idolatria, pelo fato de estar adquirindo “imagens”. Mas a verdade é bem diferente: durante a minha vida, apesar de gostar de imagens, nunca fiquei adorando as mesmas. Ou seja, encaro as referidas estátuas enquanto obra de arte, longe de qualquer culto idolátrico (o qual não acredito). Por exemplo: sempre tive uma estátua de Moisés no meu quarto e nunca fiquei me ajoelhando perante a mesma, para adorá-la (confesso que, as vezes, até me esqueço que a figura representada é Moisés). Além disso, a partir dos ensinamentos que recebi desde os tempos de infância, a imagens presentes nas igrejas estão ali apenas para lembrar (embora muitas vezes não seja preciso) a presença de Deus, de Jesus , dos santos (sinônimo de pessoas ungidas) e profetas.


            Maggie, a simpática personagem de “Jimball Bilangs”, retornou à minha vida, depois de um longo período de ausência. Sonhei com ela na noite de quinta para sexta, mas não consegui interpretar o significado do referido sonho. Assim, me resta relatar toda a confusão presente no mesmo.
            Bem difícil de expressar o que estava acontecendo: eram trabalhos e mais trabalhos de faculdade “pipocando” de todos os lados, misturados às tarefas de organização de uma mansão, onde os personagens do sonho estavam inseridos. Enquanto eu tentava inutilmente terminar os trabalhos e a arrumação do cômodo onde eu me encontrava, Maggie chegou até a mim “munida” de sua simpatia habitual e de toda a sua “beleza loura” (estilo Marilyn Monroe). Estava usando o vestido vermelho (muito lindo), o mesmo que eu havia idealizado para ela (na verdade, para a sua personagem de “Jimball Bilangs”). Maggie disse que precisava falar comigo e, como seria uma longa conversa, poderia ser depois que eu terminasse todas as minhas tarefas. Se soubesse que tudo não passava de um sonho, consequentemente, eu também teria a consciência de que todas aquelas tarefas (organização da mansão e trabalhos de faculdade) eram pura perda de tempo. Então eu pensaria “Que se dane essas tarefas inúteis” e iria conversar com a minha amiga Maggie, imediatamente. Mas, como eu não tinha conhecimento de que era apenas um devaneio, acabei desperdiçando a única coisa que valia a pena no mesmo: a minha amiga loira, a suposta reencarnação de Marilyn Monroe. Assim, concordei em conversar apenas quando todo o serviço estivesse terminado. Apesar da minha “burrice”, tentei executar as tarefas o mais rápido o possível, pois estava louco para me aproximar de Maggie novamente, me deliciar com toda a sua simpatia e beleza, ver o que ela queria comigo depois de tantos anos. No entanto, quando fui conversar com ela (que estava próxima de um muro, localizado em uma rua sombria), já era muito tarde, conforme provaram as suas palavras: “Billy, você demorou demais! Agora, já estou indo me casar... Adeus!”. Depois, Maggie deu as costas e partiu... E o sonho terminou... Será que Maggie havia me escolhido como marido e, como demorei demais, ela se casou com outro?
            Apesar de nunca ter me apaixonado por Maggie na vida real, casar com ela até que não seria uma má ideia, pelo fato dela ser uma menina linda, inteligente e educada. Na época em que estudei em sua classe (entre 1985 e 1990), era difícil encontrar uma menina que fosse bonita e legal, ao mesmo tempo. No entanto, Maggie era uma das exceções. Recordo que, tanto eu como a maior parte de meus amigos, éramos uns “babacas” naquela época. Assim, Maggie, talvez, tivesse todo o direito de nos odiar, já que tínhamos feito uma coisa muito desagradável com ela, na sétima série. No entanto, ela nos perdoou (talvez, tendo a consciência de que os meninos, na fase de adolescência, são mesmo difíceis) e continuou nossa amiga. Não me lembro com detalhes o que realmente aconteceu na sétima série: apenas me recordo que foi pelo fato de Maggie ter conseguido a maior votação para presidente da classe (provando, mais uma vez, o seu carisma). Acho que os meninos ficaram com inveja (ou algo do tipo) e, por causa disso, começaram a ofender Maggie. Engraçado: nós mesmos a elegemos, então qual o motivo do descontentamento?
            Mas, passando por cima de todas essas coisas desagradáveis, considero Maggie uma das melhores pessoas que eu já conheci (apesar de, infelizmente, não termos sido tão próximos).


            No sábado, aconteceu o casamento da minha prima Ann Polly com o simpático Marty, que agora também é meu primo. Imaginei que, talvez, as mesmas percepções arrebatadoras que tive no casamento de Carl e Bibi pudessem voltar. Mas, felizmente, eu estava enganado: achei muito legal toda a comemoração. Inclusive, pude rever vários parentes que eu não via há muito tempo. Mas algo diferente aconteceu: as percepções não voltaram e a emoção também não tomou conta de mim (pelo menos, da forma que acontecia, antigamente). Fiquei feliz em rever a minha família, mas foi uma felicidade normal e sem excessos. Achei que toda aquela conversa de ser frio (de maneira benigna, comentada no capítulo anterior) iria durar apenas por alguns dias, mas desconfio que vou conseguir incorporar essa tática para o resto da vida. A não ser que apareça alguma garota para amar; nesse caso, vou colocar todo o meu sentimentalismo a disposição dela. Um sentimentalismo que vai tirar o fôlego da mesma... “Come on, baby, light my fire”.